Caetano foi um dos heróis brasileiros que lutaram contra a falta de liberdade de expressão na ditadura... não sou daqueles que acham que na ditadura tudo era ruim, mais certamente além da expressão artistica ele foi um simbolo brasileiro na luta pela liberdade. Até exilado esteve... naquela época o sistema educacional era bem melhor... prova disso é que as pessoas eram bem mais educadas e tinham mais valores. A geração de Caetano com essa educação que tinham, produziram obras inestimáveis de qualidade e primor artistico inquestionáveis. A geração de hoje produz cada eca... Deus me livre! Sem contar que os jovens estão cada vez mais mal-educados em todos os sentidos... mas a democracia é isso: todos tem liberdade, até quem não tem qualidade. Ao filho de Dona Canô, minha homenagem... Caetano comemora 70 anos de música e amor pelo Brasil |
Sabe de quem é aniversário hoje? Do Caetano Veloso. Mas é o Brasil inteiro que comemora. Até sexta-feira o Bom Dia Brasil vai exibir uma série em homenagem aos cantores que fizeram história na nossa música e que este ano completam 70 anos: Paulinho da Viola, Milton Nascimento, Gilberto Gil e Caetano Veloso.
Nada mais justo do que começarmos, falando de um baiano que saiu do interior da Bahia, se apaixonou por São Paulo, foi exilado em Londres e se tornou símbolo do tropicalismo.
As canções de Caetano, quantas são? São muitas. E o começo de tudo foi no interior da Bahia. Santo Amaro da Purificação: uma das cidades mais importantes do Recôncavo Baiano, das mais antigas do Nordeste. Tem quase 70 mil habitantes e a fama de preservar suas tradições, sua cultura. Santo Amaro se orgulha de seus filhos e foi de uma generosidade rara com a música brasileira. Estamos no berço de Caetano Veloso.
Rodrigo é o terceiro dos oito filhos de Dona Canô. E foi com a simpatia de sempre que ela nos recebeu para falar de Caetano, o caçula dos homens. “Caetano foi muito diferente de Rodrigo, Rodrigo pintava com ele. Caetano dizia: ‘De que eu vou brincar? Vou brincar, não’”, conta Dona Canô.
Bethânia, quatro anos mais nova que Caetano, guarda boas lembranças daquele tempo. “Pintava muito bem, gostava de escrever, tocava muito bem o piano, compunha algumas coisas. Me lembro eu, muito pequena e, Caetano, de tarde, brincando no meu quintal, alegre. ‘Vem ver uma coisa que eu fiz’, tocando. Então, Caetano já nasceu artista, todo mundo sabia que ele era artista”, fala a irmã do cantor.
“Caetano já fez músicas deslumbrantes para eu cantar. Agora, o Motriz, eu não sei, talvez porque traz nela aquela sensação, aquele ar de nossa infância, de nossa adolescência, da nossa relação com a casa, com a família, com a luz”, confessa Bethânia.
Muitas de suas canções ficaram famosas na voz de outra baiana. “Eu fui conhecê-lo e não sabia quem era, e tampouco ele sabia quem eu era. Uma amiga comum dele nos levou, e eu cantei para ele e ele gostou, imediatamente puxou o violão, que era meu, e cantou uma música dele. Me ensinou naquele momento uma música dele. E eu cantei. E a gente se conheceu assim, foi uma afinidade musical muito grande”, lembra Gal Costa.
Na ditadura, o exílio. Por entre fotos e nomes, Caetano seguia cantando o amor pelo Brasil.
“Tinha uma senhora que era muito minha amiga. E mandava carta. Quando prenderam Caetano, eu fui lá e ela disse: ‘Não fique preocupada, Caetano está bem, está sentindo que não está em casa, mas está bem’”, conta Dona Canô.
Tropicalismo, Bossa Nova, Jovem Guarda, uma efervescência cultural. E Caetano bem no meio de tudo. Caetano sempre foi sinônimo de sucesso, a inspiração que embalou até personagens de novela.
“Eu acho que Bebel teve toda essa popularidade, toda essa força por causa da sua música também. Porque a sua música impulsionava para essa coisa gostosa, alegre”, diz a atriz Camila Pitanga.
E o que tem a dizer quem ganhou até músicas do ídolo e amigo? “Ele me carregou para tudo que é lugar sempre com uma generosidade. Por exemplo, a família dele, Santo Amaro, a Bahia, tudo isso foi o Caetano que foi me carregando, me mostrando. ‘Presta atenção nisso, olha aquilo, olha aquilo’”, conta Regina Casé, apresentadora.
Aos 70 anos, ainda com o jeito de menino de Santo Amaro. A herança genética há de permitir muitas décadas de vida e muitas homenagens para o filho de Dona Canô.
“Para mim é um prazer imenso ser irmã dele, é uma honra. Eu tenho uma admiração por ele muito profunda. Além de meu irmão, que eu adoro, mas o artista que ele é. O grande, extraordinário, compositor que o Caetano é. O poeta que Caetano é. Imagina pensar tudo isso a pessoa e saber que é irmã. É a glória”, enaltece a irmã, Bethânia.
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