ZERO HORA 04/06/2013 | 19h11
Jovem reage a assalto para evitar que namorada fosse feita refém. Criminoso anunciou roubo após pedir dinheiro ao casal em posto de gasolina às margens da BR-116
João Vitor Novoa
Uma atitude não recomendada por especialistas por pouco não transformou em tragédia a noite de um jovem de 22 anos de Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. Ele e a namorada conversavam escorados no Polo Sedan dele, em um posto de gasolina no km 540 da BR-116, quando foram interpelados por um assaltante. O homem pediu dinheiro ao casal e, aparentemente inofensivo pela embriaguez perceptível, segundo a vítima, os dois não deram muita importância, até, discretamente, o assalto ser anunciado.
O crime aconteceu na noite de segunda-feira, às 18h30min. Obrigado a entrar no veículo sob a ameaça de um revólver 38, o casal se dirigiu para a residência da garota de 19 anos. Os pais e ela foram amarrados na sala com cadarços, enquanto o jovem, que trabalha em um almoxarifado de uma construtora, carregava os pertences da família da namorada para o seu veículo, a mando do suspeito.
— Ele começou a tomar um vinho que achou na geladeira. Já estava embriagado e acho que drogado também. Disse para eu não fugir, caso contrário matava os três. Depois, falou que levaria a minha namorada com ele para ter certeza de que não chamaríamos a polícia. Nesse momento, tive que agir — analisou.
A vítima, em um momento de descuido do criminoso, acertou-o na cabeça com uma garrafa de espumante que deveria ser levada ao carro.
— Dei uma, duas e apenas na terceira vez ele ficou inconsciente. A arma caiu da mão dele e eu gritei para ele continuar no chão, se não eu atiraria. Ele balbuciou algumas palavras e eu disparei — lembra.
O assaltante foi atingido no joelho esquerdo. Nervoso por nunca ter manejado uma arma de fogo, a vítima tentou atirar novamente, mas a arma emperrou. Quando finalmente saiu o segundo disparo, a bala furou a meia do próprio rapaz, ricocheteou no chão e atingiu o suspeito na cabeça, causando um ferimento leve.
— Ainda não acredito como escapei de ter dado um tiro no próprio pé. A bala acertou ele de raspão e, desesperado, implorou para ir embora. Não sei nem como ficou de pé — completou, relatando que a visita foi a primeira à residência dos sogros.
Após fugir por volta das 20h, o homem ainda abordou um veículo na rua da vítima, no bairro Ideal, pedindo para levá-lo a um hospital. Quando o motorista do Peugeot percebeu o ferimento e a tentativa de fuga, jogou-o para fora do carro. Identificado pela polícia, o criminoso ainda está foragido e tem uma ordem de prisão preventiva contra ele assinada pelo delegado responsável pelo caso, Nauro Marques, da 1ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo. Segundo Marques, o suspeito tem histórico de roubos a outras residências. Nesta quarta-feira à tarde, a polícia ouve testemunhas.
COMO PROCEDER EM CASO DE ASSALTO
Confira as dicas do especialista em segurança privada Leandro Longhi, da Squadra Gestão de Riscos:
- Não se deve reagir. O delinquente pode estar portando uma arma ou não, mas raramente age sozinho. Um comparsa pode estar à espreita. Nesses casos, onde mais ocorre o latrocínio;
- Desvencilhar-se da ocorrência o mais rápido possível. O cidadão não é policial e não está apto a resolver uma situação desse tipo;
- Em situações de contato por longo período com o criminoso, a dica é não ter contato visual, informar cada passo futuro e não mexer bruscamente as mãos ou o corpo;
- Evitar permanecer dentro do carro ou ficar ao lado do veículo em situações fora do trânsito.
ENTREVISTA
“Eu estava sozinho contra ele”
Homem de 22 anos conta como conseguiu desarmar assaltante e salvar a namorada e os sogros durante assalto no Vale do Sinos.
Zero Hora – Por que você reagiu ao assalto?
Jovem – Quando ele mandou a minha namorada ir com ele, eu pensei que tinha que fazer alguma coisa em pouco tempo. Os pais dela e ela estavam amarrados. Eu estava sozinho contra ele.
ZH – Ele ameaçou você caso bancasse o herói?
Jovem – O tempo todo. Disse que se eu pensasse eu fazer alguma coisa, ele meteria uma bala em mim. A gota d’água foi quando ele perguntou para a família dela onde estava o dinheiro na casa. Eles responderam que não tinham, então ele ameaçou matar a todos caso achasse R$ 1.
ZH – Como foi o momento do ataque?
Jovem – Ele pediu para eu guardar umas garrafas de champanhe no carro, mas eu tirei uma delas da embalagem e aproveitei quando ele se virou procurando por roupas no armário do quarto. Só depois da terceira garrafada na cabeça dele, ele largou a arma e ficou inconsciente.
JOVEM DE 22 ANOS
Jovem reage a assalto para evitar que namorada fosse feita refém. Criminoso anunciou roubo após pedir dinheiro ao casal em posto de gasolina às margens da BR-116
João Vitor Novoa
Uma atitude não recomendada por especialistas por pouco não transformou em tragédia a noite de um jovem de 22 anos de Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. Ele e a namorada conversavam escorados no Polo Sedan dele, em um posto de gasolina no km 540 da BR-116, quando foram interpelados por um assaltante. O homem pediu dinheiro ao casal e, aparentemente inofensivo pela embriaguez perceptível, segundo a vítima, os dois não deram muita importância, até, discretamente, o assalto ser anunciado.
O crime aconteceu na noite de segunda-feira, às 18h30min. Obrigado a entrar no veículo sob a ameaça de um revólver 38, o casal se dirigiu para a residência da garota de 19 anos. Os pais e ela foram amarrados na sala com cadarços, enquanto o jovem, que trabalha em um almoxarifado de uma construtora, carregava os pertences da família da namorada para o seu veículo, a mando do suspeito.
— Ele começou a tomar um vinho que achou na geladeira. Já estava embriagado e acho que drogado também. Disse para eu não fugir, caso contrário matava os três. Depois, falou que levaria a minha namorada com ele para ter certeza de que não chamaríamos a polícia. Nesse momento, tive que agir — analisou.
A vítima, em um momento de descuido do criminoso, acertou-o na cabeça com uma garrafa de espumante que deveria ser levada ao carro.
— Dei uma, duas e apenas na terceira vez ele ficou inconsciente. A arma caiu da mão dele e eu gritei para ele continuar no chão, se não eu atiraria. Ele balbuciou algumas palavras e eu disparei — lembra.
O assaltante foi atingido no joelho esquerdo. Nervoso por nunca ter manejado uma arma de fogo, a vítima tentou atirar novamente, mas a arma emperrou. Quando finalmente saiu o segundo disparo, a bala furou a meia do próprio rapaz, ricocheteou no chão e atingiu o suspeito na cabeça, causando um ferimento leve.
— Ainda não acredito como escapei de ter dado um tiro no próprio pé. A bala acertou ele de raspão e, desesperado, implorou para ir embora. Não sei nem como ficou de pé — completou, relatando que a visita foi a primeira à residência dos sogros.
Após fugir por volta das 20h, o homem ainda abordou um veículo na rua da vítima, no bairro Ideal, pedindo para levá-lo a um hospital. Quando o motorista do Peugeot percebeu o ferimento e a tentativa de fuga, jogou-o para fora do carro. Identificado pela polícia, o criminoso ainda está foragido e tem uma ordem de prisão preventiva contra ele assinada pelo delegado responsável pelo caso, Nauro Marques, da 1ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo. Segundo Marques, o suspeito tem histórico de roubos a outras residências. Nesta quarta-feira à tarde, a polícia ouve testemunhas.
COMO PROCEDER EM CASO DE ASSALTO
Confira as dicas do especialista em segurança privada Leandro Longhi, da Squadra Gestão de Riscos:
- Não se deve reagir. O delinquente pode estar portando uma arma ou não, mas raramente age sozinho. Um comparsa pode estar à espreita. Nesses casos, onde mais ocorre o latrocínio;
- Desvencilhar-se da ocorrência o mais rápido possível. O cidadão não é policial e não está apto a resolver uma situação desse tipo;
- Em situações de contato por longo período com o criminoso, a dica é não ter contato visual, informar cada passo futuro e não mexer bruscamente as mãos ou o corpo;
- Evitar permanecer dentro do carro ou ficar ao lado do veículo em situações fora do trânsito.
ENTREVISTA
“Eu estava sozinho contra ele”
Homem de 22 anos conta como conseguiu desarmar assaltante e salvar a namorada e os sogros durante assalto no Vale do Sinos.
Zero Hora – Por que você reagiu ao assalto?
Jovem – Quando ele mandou a minha namorada ir com ele, eu pensei que tinha que fazer alguma coisa em pouco tempo. Os pais dela e ela estavam amarrados. Eu estava sozinho contra ele.
ZH – Ele ameaçou você caso bancasse o herói?
Jovem – O tempo todo. Disse que se eu pensasse eu fazer alguma coisa, ele meteria uma bala em mim. A gota d’água foi quando ele perguntou para a família dela onde estava o dinheiro na casa. Eles responderam que não tinham, então ele ameaçou matar a todos caso achasse R$ 1.
ZH – Como foi o momento do ataque?
Jovem – Ele pediu para eu guardar umas garrafas de champanhe no carro, mas eu tirei uma delas da embalagem e aproveitei quando ele se virou procurando por roupas no armário do quarto. Só depois da terceira garrafada na cabeça dele, ele largou a arma e ficou inconsciente.
JOVEM DE 22 ANOS
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Deve-se sim reagir quando uma vida estiver em perigo. O procedimento da não-reação é recomendado nos casos onde não há eminência de morte e que o bandido só visa o patrimônio. Neste caso, para evitar que a namorada ficasse refém do bandido e sofresse tentativa de estupro e de morte, o jovem reagiu, foi bravo e merece o nosso apoio e solidariedade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário