O CAÓTICO E OUSADO BATMAN DE PAUL POPE
O Jim Morrison dos quadrinhos inventa o Batman cem anos no futuro para falar de opressão, tecnologia e violência.
por Paulo Floro
O Jim Morrison dos quadrinhos inventa o Batman cem anos no futuro para falar de opressão, tecnologia e violência.
por Paulo Floro
Prometido para dezembro de 2006, mas só agora lançado, Batman Ano 100, do norte-americano Paul Pope é a mais ousada obra dos quadrinhos do Cavaleiro das Trevas. Em 2039, Gotham City é dominada por uma polícia sanguinária e a vigilância é tamanha. Não há heróis. Neste universo, Batman tenta desvendar uma trama terrorista que pretende destruir a cidade, vindo da própria polícia. Vendida como uma das mais importantes histórias do Homem-Morcego,Batman Ano 100 está longe de ser um Cavaleiro das Trevas de Miller, mas se destaca em quase tudo que foi lançado com o Batman recentemente.
Morcegão Transtornado
Mas entrar no mundo milionário do Batman o jogou com força no primeiro time de criadores. Seu trabalho, no entanto mostra uma visão do Batman ousada e criativa, que mescla referências do cinema dos anos 1940, artes plásticas e política. Sempre com máscara, o Batman de Pope sangra, se cansa, come, sua, dorme. Seu uniforme lembra muito o uniforme do início dos anos 1930, quando o herói foi criado. Um herói retrô num mundo futurista. A sociedade opressora imaginada por Pope é mais perversa e perigosa do que a de Frank Miller em Batman — O Cavaleiro das Trevas (1984), além do Homem-Morcego ser bem mais ameaçador aqui neste Ano 100. Pope tenta mostrar uma outra face do mito, um Batman que dispensando tantos aparatos tecnológicos, se tornou um monstro, quase um animal. Quando está de uniforme, quase não temos diálogos do personagem, é praticamente um animal. Sua fisionomia também muda, às vezes colocando dentaduras afiadas para ficar ainda mais assustador. Na sua visão, este é o Batman que representa o fim das esperanças, o esgotamento da justiça, representado com força pelos super-heróis DC. A américa de 2039 é opressora e violenta, bem distante da terra da esperança da América atual. Como toda obra de Pope, o futuro é uma versão distópica do cenário mundial atual. Sobretudo para criticar a perda das individualidades, da tecnologia como início e fim, e da opressão do Estado. “Este meu Batman é uma resposta aflita aos medos que muitas pessoas têm em relação a eventos mundiais. Ele é um super-herói em estado de sítio.”, afirmou Pope. Como alguém que vê um futuro muito sombrio para a sociedade, Pope descarregou suas ansiedades nesta sua obra, que se não é sua obra-prima é um grande alento de criatividade na indústria das comics americanas.
Mas entrar no mundo milionário do Batman o jogou com força no primeiro time de criadores. Seu trabalho, no entanto mostra uma visão do Batman ousada e criativa, que mescla referências do cinema dos anos 1940, artes plásticas e política. Sempre com máscara, o Batman de Pope sangra, se cansa, come, sua, dorme. Seu uniforme lembra muito o uniforme do início dos anos 1930, quando o herói foi criado. Um herói retrô num mundo futurista. A sociedade opressora imaginada por Pope é mais perversa e perigosa do que a de Frank Miller em Batman — O Cavaleiro das Trevas (1984), além do Homem-Morcego ser bem mais ameaçador aqui neste Ano 100. Pope tenta mostrar uma outra face do mito, um Batman que dispensando tantos aparatos tecnológicos, se tornou um monstro, quase um animal. Quando está de uniforme, quase não temos diálogos do personagem, é praticamente um animal. Sua fisionomia também muda, às vezes colocando dentaduras afiadas para ficar ainda mais assustador. Na sua visão, este é o Batman que representa o fim das esperanças, o esgotamento da justiça, representado com força pelos super-heróis DC. A américa de 2039 é opressora e violenta, bem distante da terra da esperança da América atual. Como toda obra de Pope, o futuro é uma versão distópica do cenário mundial atual. Sobretudo para criticar a perda das individualidades, da tecnologia como início e fim, e da opressão do Estado. “Este meu Batman é uma resposta aflita aos medos que muitas pessoas têm em relação a eventos mundiais. Ele é um super-herói em estado de sítio.”, afirmou Pope. Como alguém que vê um futuro muito sombrio para a sociedade, Pope descarregou suas ansiedades nesta sua obra, que se não é sua obra-prima é um grande alento de criatividade na indústria das comics americanas.
A edição da Panini é econômica e prática, em papel pisa brite que fez diminuir o preço. Cada edição compila duas edições da série original.
A editora também fez um ótimo acabamento com os extras, que remete à outro ponto importante do trabalho de Pope neste Batman: Ano 100, que são as referências ao Batman de Bob Kane e o de Frank Miller. Neste primeiro número temos notícias no que parece ser um jornal, mostrando fatos importantes da trama, exatamente como Miller fez com os noticiários televisivos em Cavaleiro das Trevas. De Bob Kane, Pope se inspirou no uniforme, que mescla mais tecido do que borracha, o que torna o personagem mais assustador. Na verdade o Batman dos anos 1930–40 era bem mais assustador dos que os anos seguintes consolidaram. Este espírito foi resgatado por Pope nesta série das trevas.
BATMAN ANO 100
Paul Pope (texto e arte)
[Mini-Série em 2 edições, Panini, R$6,90]
Paul Pope (texto e arte)
[Mini-Série em 2 edições, Panini, R$6,90]
NOTA:: 9,0
Mais informações sobre Paul Pope: site oficial e blog
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