Vovó, a senhora é a minha heroína... GN
Caso ocorreu na noite deste sábado em São Lourenço do Sul, no sul do RS
por Bruna Scirea
Ledi Ludtke, 50 anos, cuidava de sua mercearia ao lado da Padaria da Vovó, em São Lourenço do Sul, no Sul do Rio Grande do Sul, quando ouviu um estrondo na noite deste sábado. Sem saber que se tratava de um tiro, a vizinha foi correndo para o local e encontrou Renilda Devantier, 77 anos, em estado de choque — a idosa havia acabado de matar um assaltante, Jhonatan Silveira Ferreira, 24 anos.
A comerciante é ex-nora de Renilda e trabalha há pelo menos 20 anos ao lado da Padaria da Vovó. Conforme Ledi, a "vovó" já havia passado por diversas tentativas de assalto nos últimos anos. Em um dos casos, bandidos teriam até tentado afogá-la em um vaso sanitário.
Ledi conversou com Zero Hora na manhã deste domingo e contou que Renilda estava, além de assustada, revoltada com a insegurança no local. O último furto havia sido na sexta-feira. Na manhã do sábado, a idosa teria desabafado para a ex-nora:
— Eu vou dar um tiro em alguém.
Idosa reage a assalto e mata jovem em São Lourenço do Sul
Leia todas as últimas notícias de Zero Hora
Leia e entrevista:
Zero Hora - Ela já havia passado por outras de tentativas de assalto?
Ledi Ludtke - Um monte. Uma noite antes (na sexta), um cara pegou dois refrigerantes, saiu correndo, embarcou na bicicleta e foi embora. Ela saiu correndo atrás dele. Anos atrás, tentaram afogar a vovó num vaso. Fecharam a porta da padaria, fizeram uma anarquia com ela. Ela ficou toda roxa. Foi até para o hospital. Dessa vez, o cara tentou assaltar, e como ela já tinha passado por várias situações assim, acabou reagindo.
Ela já havia se queixado disso?
Ela reclamava que estava assustada. No sábado de manhã, ela disse que tinham assaltado de novo na sexta à noite. Ela disse: "É, eu tô cansada disso aqui, eu vou ter que vender isso aqui. Mas pode deixar, porque eu tô cansada também, mas dessa vez agora eu nem tô mais, eu vou dar um tiro em alguém".
Você logo foi para o local, o que viu?
Quando cheguei, vi as portas fechadas. Ouvi uma conversa ali dentro, aí espiei na janela. Tem um rapaz que fica ali na porta pra ela, cuidando, às vezes tomando uma cerveja, e isso e aquilo. Ele estava sacudindo ela e dizendo: "Vovó, te acalma". Ele abriu a porta, fez ela sentar na cadeira ali fora. Eu gritei para minha funcionária chamar a ambulância que a vovó estava mal, mas eu não sabia até aí o que tinha acontecido. Então ele me disse que foi um assalto. Pensei que tinham machucado. Foi quando ele disse: "Não, a vovó matou o cara". Logo a socorri. A BM chegou e a levou para o hospital.
E como ela estava?
Ela estava muito, muito, muito, muito em choque. Muito, muito. Como chegou antes da ambulância, a BM a levou para o hospital. Eu fui lá depois. Ela que mandou me chamar. O hospital ligou pra cá e eu fui. Cheguei lá e ela não conseguia falar. Só dizia: "Eu não poderia ter feito isso aí, eu não era pra ter feito isso aí. Mas ele veio pra cima de mim e eu tive que me defender".
A senhora sabia que ela tinha uma arma?
Não, eu não sabia. Não tenho a mínima ideia de onde ela conseguiu, nunca conversamos sobre isso.
E a senhora ouviu o tiro?
Não vou dizer que não. Eu ouvi sim, mas achava que não fosse tiro, eu imaginava que tivesse caído uma bicicleta na rua. Foi um estouro.
O assalto e a reação dela comoveram a cidade...
É que ela é muito conhecida. Eu sou a ex-nora dela, trabalho do lado da padaria dela. Também tenho uma mercearia. Somos muito conhecidas na cidade pelo nosso horário diferenciado, trabalhamos até depois das 22h. Eu não sei se o fato de trabalhar até tarde influenciou alguma coisa, o que posso dizer é que estavam se “provalecendo” dela nesses últimos tempos, porque ela era idosa e quase sempre estava sozinha.
* Zero Hora
A comerciante é ex-nora de Renilda e trabalha há pelo menos 20 anos ao lado da Padaria da Vovó. Conforme Ledi, a "vovó" já havia passado por diversas tentativas de assalto nos últimos anos. Em um dos casos, bandidos teriam até tentado afogá-la em um vaso sanitário.
Ledi conversou com Zero Hora na manhã deste domingo e contou que Renilda estava, além de assustada, revoltada com a insegurança no local. O último furto havia sido na sexta-feira. Na manhã do sábado, a idosa teria desabafado para a ex-nora:
— Eu vou dar um tiro em alguém.
Idosa reage a assalto e mata jovem em São Lourenço do Sul
Leia todas as últimas notícias de Zero Hora
Leia e entrevista:
Zero Hora - Ela já havia passado por outras de tentativas de assalto?
Ledi Ludtke - Um monte. Uma noite antes (na sexta), um cara pegou dois refrigerantes, saiu correndo, embarcou na bicicleta e foi embora. Ela saiu correndo atrás dele. Anos atrás, tentaram afogar a vovó num vaso. Fecharam a porta da padaria, fizeram uma anarquia com ela. Ela ficou toda roxa. Foi até para o hospital. Dessa vez, o cara tentou assaltar, e como ela já tinha passado por várias situações assim, acabou reagindo.
Ela já havia se queixado disso?
Ela reclamava que estava assustada. No sábado de manhã, ela disse que tinham assaltado de novo na sexta à noite. Ela disse: "É, eu tô cansada disso aqui, eu vou ter que vender isso aqui. Mas pode deixar, porque eu tô cansada também, mas dessa vez agora eu nem tô mais, eu vou dar um tiro em alguém".
Você logo foi para o local, o que viu?
Quando cheguei, vi as portas fechadas. Ouvi uma conversa ali dentro, aí espiei na janela. Tem um rapaz que fica ali na porta pra ela, cuidando, às vezes tomando uma cerveja, e isso e aquilo. Ele estava sacudindo ela e dizendo: "Vovó, te acalma". Ele abriu a porta, fez ela sentar na cadeira ali fora. Eu gritei para minha funcionária chamar a ambulância que a vovó estava mal, mas eu não sabia até aí o que tinha acontecido. Então ele me disse que foi um assalto. Pensei que tinham machucado. Foi quando ele disse: "Não, a vovó matou o cara". Logo a socorri. A BM chegou e a levou para o hospital.
E como ela estava?
Ela estava muito, muito, muito, muito em choque. Muito, muito. Como chegou antes da ambulância, a BM a levou para o hospital. Eu fui lá depois. Ela que mandou me chamar. O hospital ligou pra cá e eu fui. Cheguei lá e ela não conseguia falar. Só dizia: "Eu não poderia ter feito isso aí, eu não era pra ter feito isso aí. Mas ele veio pra cima de mim e eu tive que me defender".
A senhora sabia que ela tinha uma arma?
Não, eu não sabia. Não tenho a mínima ideia de onde ela conseguiu, nunca conversamos sobre isso.
E a senhora ouviu o tiro?
Não vou dizer que não. Eu ouvi sim, mas achava que não fosse tiro, eu imaginava que tivesse caído uma bicicleta na rua. Foi um estouro.
O assalto e a reação dela comoveram a cidade...
É que ela é muito conhecida. Eu sou a ex-nora dela, trabalho do lado da padaria dela. Também tenho uma mercearia. Somos muito conhecidas na cidade pelo nosso horário diferenciado, trabalhamos até depois das 22h. Eu não sei se o fato de trabalhar até tarde influenciou alguma coisa, o que posso dizer é que estavam se “provalecendo” dela nesses últimos tempos, porque ela era idosa e quase sempre estava sozinha.
* Zero Hora
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