No último artigo, ficámos no momento em que os heróis decidiram ir atacar o Anti Monitor, no que parecia ir ser uma batalha final, mas que se revelou na verdade apenas mais uma etapa e que ainda não seria dessa vez que a Crise chegaria ao fim.
O número #7 da Crise nas Infinitas Terras tinha logo na sua capa uma imagem que mostrava bem o que ia acontecer, um desenho icónico de George Pérez que já foi homenageado por diversas vezes e até mesmo parodiado, tal a força dessa imagem. Foi o primeiro grande combate com o vilão da história, foram precisos alguns dos maiores heróis das várias terras para isso, mas mesmo assim tudo parecia em vão, a própria fortaleza do vilão era um obstáculo complicado de ser ultrapassado.
Por entre momentos dos heróis a tentarem destruir a máquina do Anti Monitor, víamos cenas em que os vilões desapareciam misteriosamente, algo que viríamos a descobrir o porquê alguns números mais tarde. Voltando à batalha, percebíamos que nem o poder de dois Super-Homem juntos estava a ser o suficiente, mas foi outra habitante de Krypton a ganhar o destaque nesse número.
A Supermoça decide ir com toda a fúria para cima do vilão, mesmo sabendo que isso podia significar a sua morte, e foi mesmo isso que aconteceu. Apesar de todas as mortes que já tinham acontecido nesta saga, esta foi sem sombra de dúvidas das mais intensas e uma das que teve mais impacto, quer dentro das páginas quer fora delas. Afinal muitos dos leitores tiveram paixoneta por aquela heroína, e maior parte dos heróis gostava da sua forma de ser e estar no Universo DC, logo foi um acontecimento marcante e um dos mais recordados de toda a série.
No número seguinte vimos que afinal o Anti Monitor ainda estava vivo, aparecendo junto do Pirata Psíquico e do Flash, que decide tentar impedir os planos do vilão e corre para impedir que este use o seu canhão de anti matéria, e assim o consegue mas ao custo da sua própria vida.
Se a morte da Supermoça podia ser um pouco justificada com o objectivo da série, o de simplificar o universo DC e ela fazia parte da confusão da história do Super Homem, neste vimos morrer aquele que era considerado um símbolo entre os heróis, um dos poucos "bons" e era também o maior símbolo da Silver Age.
Foi uma morte mais triste, até porque durante algum tempo só o vilão sabia disso, nenhum dos outros heróis sabia desse sacrifício e de como isso ajudou a que as terras não fossem logo destruídas. Mais um número, mais uma morte importante, mas as coisas não ficavam por aí, no número 9 íamos perceber porque os vilões estavam a desaparecer, naquele que foi um dos meus capítulos preferidos desde que vi a capa do Superamigos #26, com uma data de vilões em grande destaque.
Brainiac e Lex Luthor da terra 1 explicavam aos outros vilões o porquê da sua convocação, e apesar da objecção do Luthor da terra 2 (sumariamente executado na hora), são os dois que orquestram um plano que faria com que atacassem os heróis enfraquecidos, e tentariam conquistar os planetas que ainda existiam.
Foi um pouco uma lufada de ar fresco na saga, e depois de tanta morte e conflito cósmico, víamos um pouco da condição humana, de como um verdadeiro vilão aproveita todas as oportunidades para conseguir o que quer, e estes não podiam fugir a isso. O cérebro de Brainiac tinha tudo planeado, os números dos vilões eram superior aos dos heróis, assim como a força bruta deles, o único problema era que os bons eram mais organizados, e era assim que conseguiam evitar alguns desses ataques.
Esses ataques provocaram algumas mortes, como de Aquamoça, e alguns dos planetas tiveram mesmo sob total controle dos vilões, como a Terra S que fica totalmente congelada, como a Terra X que ficou totalmente controlada pela vida vegetal.
Logicamente que os vilões gostam sempre de se trair uns aos outros, e aqui isso também iria acontecer com Psimon a tentar destruir Brainiac e tomar o poder de Luthor, até que o Robô se farta e destrói por completo o cérebro de Psimon. Nas terras vemos como os heróis começam a conseguir que os vilões recuem, muito para desilusão de Luthor, até que tudo é interrompido pelo Especto, que avisa todos (heróis e vilões) que ainda sofrem o perigo de serem aniquilados pelo anti monitor.
Os vilões aceitam cooperar, e Luthor chega a dizer que espera depois um mundo ou dois como recompensa, e vemos todos a tentarem actuar em conjunto para bem de todas as terras ainda sobreviventes. Vemos como o Espectro é um dos seres mais poderosos do universo e é o combate entre ele e o Anti Monitor que faz com que tudo fique muito estranho nos números seguintes, com os heróis a acordarem todos só numa terra e a pensarem que é a deles.
Foram os números que mais gostei, para além da acção toda neles, a arte de Perez sobressaía, mostrando as terras a serem fundidas e as diversas épocas temporais a conviverem em conjunto, dando origem a painéis muito interessantes.
Depois percebíamos que estava a acontecer algo de muito importante com os Lanternas Verdes, algo que podíamos acompanhar ao pormenor na revista Superamigos, vimos como Guy Gardner agradava a algum dos Guardiões que o encarregaram de uma missão importante, e de como outros não confiavam totalmente e a tropa dos Lanternas pede a um Hal Jordan (mesmo sem anel) que ajude neste combate final.
Esses tie ins para mim foram bastante interessantes, e deu para perceber melhor um pouco do historial da tropa, com membros clássicos como Tomar Re a terem bastante destaque, até que morre no final e ajuda a que Hal volte a usar um anel de Lanterna.
Guy Gardner conquistava muitos dos leitores, quer pela sua atitude de anti herói, quer pelo seu uniforme fora do convencional. Apesar disso tudo, nesta batalha final vemos ele a comandar um bando de vilões, alguns até eram inimigos clássicos dos Lanternas, mais propriamente de Hal.
É um desses, Áureo, que ajuda a matar Tomar Re, assim como alguns outros membros da tropa são destruídos, uma verdadeira crise dentro da crise.
Na minha opinião esses capítulos deviam ser incluídos numa colecção à parte da saga principal, apesar de não serem necessários para a compreensão, são bem interessantes e com grandes momentos.
Existem outras revistas que tinham capítulos relacionados de alguma forma com a série, mas sem sombra de dúvidas que as dos Lanternas são as mais intensas.
Voltamos então para acompanhar os dois últimos números de Crise, de como aos poucos os heróis iam percebendo que estavam numa terra diferente, onde tinha existido uma fusão de diversas terras, e que o próprio Anti Monitor admite ter ajudado a criar mas que agora ameaça a destruir.
Vemos o ataque dos demónios sombra, que saem do céu escuro e começam a matar todos os habitantes da terra, com poderes ou sem poderes. Voltamos a ver mais uns heróis morrerem, enquanto que aqueles que foram desde o começo alvo de atenção por parte do Monitor, partem em busca do vilão, com a ajuda de Alexander Luthor e até de Pariah.
Um plano simples e que envolve a cooperação de vários heróis faz com que o vilão seja finalmente derrotado, mas foi uma vitória curta, já que este começa a absorver os demónios sombra e volta à vida, no momento em que os heróis se preparavam para voltar à terra com a ajuda de Alex.
Superboy Prime e os dois Super Homens tentam derrotar o vilão que prova ter mais vidas que um gato, mas os seres místicos do universo DC tinham feito uma surpresa para ele, deixando algo nos demónios sombras que faria com que estes destruíssem o vilão em vez de o ajudar.
Darkseid entra em acção e faz com que o vilão enfraquecido seja teletransportado para um planetóide, algo a que o mesmo sobrevive e começa de novo a ameaçar tudo e todos, até que o Super Homem original (da Terra 2), decide acabar com tudo dando um único murro que destrói por completo o inimigo.
Como recompensa, tanto esse Superman como sua Lois Lane e ainda Superboy prime poderiam ir viver numa dimensão só deles, assim como que a Mulher Maravilha da Terra 2 fica no Monte Olimpo junto de Zeus. Chegava assim ao final a mega saga que previa facilitar o entendimento do universo DC, e que ajudou a que fossem dadas novas origens e histórias a heróis conceituados como Super Homem ou Mulher Maravilha.
A Legião dos Super Heróis e Gavião Negro foram os que sofreram mais com esta saga, ficando uma origem confusa devido aos acontecimentos na saga. Apesar de tudo, cumpriu boa parte do que se propunha, e para além disso foi uma série cheia de acção com belos capítulos e que continua a ter a sua importância, mesmo depois deste ter sido alvo de um reboot e começado tudo de novo nos Novos 52.
Quem mais é fã desta saga? E para terem noção do massacre, eis a lista das mortes que aconteceram por lá.
Earth 3’s Crime Syndicate of America: Ultraman, Superwoman, Owlman, Johnny Quick, and Power Ring
Earth 3’s Lex Luthor and Lois Lane-Luthor
The Losers: Johnny Cloud, Gunner, Sarge, and Captain Storm
Farmer Boy of Sgt. Rock’s Easy Company
Nighthawk
Kid Psycho
Princess Fern
Lord Volt
The Monitor
The Justice Alliance of Earth D (Isto aconteceu num especial em 1999, chamado de Legends of the DC Universe: Crisis on Infinite Earths)
Supergirl
Earth 1’s Flash
Earth 2’s Lex Luthor
Psimon (mais tarde voltou a aparecer)
Shaggy Man (mais tarde voltou a aparecer)
Aquagirl
Icicle
Mirror Master
Maaldor the Darklord
Angle Man (mais tarde voltou a aparecer)
Tenentes Marvels: Fat Marvel, Tall Marvel, e Hill Billy Marvel (não que tenham sido mortos, mas foi sua última aparição)
Dove
Earth 2’s Green Arrow
Prince Ra-Man
Clayface (Matt Hagen)
The Bugged-Eyed Bandit (mais tarde voltou a aparecer)
The Ten-Eyed Man
Kole
Earth 2’s Robin and Huntress
Starman (Prince Gavyn, que foi transformado em energia pura)
Lori Lemaris (mais tarde voltou a aparecer)
Sunburst (mais tarde voltou a aparecer)
Wonder Woman da Terra 1 (tecnicamente não foi morta, voltou a renascer)
The Anti-Monitor
Fora os Milhões e Milhões de pessoas que morreram nos planetas que eram destruídos.
Basta clicarem na Tag Crise nas Infinitas Terras ou Máquina do Tempo para lerem as outras duas partes, espero que tenham gostado.
Crise nas Infinitas Terras - No começo eram muitas
Crise nas Infinitas Terras - Hora de salvar as terras
Fonte: http://bongop-leituras-bd.blogspot.com.br/2015/05/maquina-do-tempo-crise-nas-infinitas.html
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