TONY FERNANDES: DESENHISTA, CRIADOR DE PERSONAGENS, EDITOR E PUBLICITÁRIO
Conheça a lenda dos quadrinhos brasileiros
Tony Fernandes é uma verdadeira lenda dos Quadrinhos Brasileiros! E continua em atividade sem parar desde os anos 70. Nascido em São Paulo em 1956 começando a publicar revistas em 1973, com 17 anos. Ele é desses caras que não se acomodou em apenas ser um assalariado. De espírito empreendedor, montou desde cedo seu próprio estúdio e saiu vendendo projetos pelos quatro cantos do mercado editorial brasileiro. Saiu metendo a cara, quebrando-a muitas vezes, mas aprendendo sem parar e realizando muito!
Desenhista, criador de personagens, editor e publicitário, com passagem por diversas editoras. Já produziu desde quadrinhos infantis e super-heróis a quadrinhos eróticos. Junto com Wanderlei Felipe (desenhista que hoje assina como Vanderfel), criou o personagem infantil Pequeno Ninja, que, em 1990, chegou a ser sucesso de vendas nas bancas de jornal do país. Sua carreira inclui o feito de ter sido um dos poucos editores brasileiros a investir na publicação de revistas em quadrinhos de super-heróis com histórias escritas e desenhados no Brasil. Entre os super-heróis que criou estão Fantasticman e Fantasma Negro, que chegaram a ter revistas próprias no início da década de 1980.
Começou a publicar em 1973, pela editora Saber com o Wanderley Felipe, um velho amigo desde os tempos de colégio e que anos depois foi seu sócio. Fizeram a revista Sargento Bronca. O tal sargento era um personagem do Tony, e seguia a linha cômica do Recruta Zero, Praça Atrapalhado (do excelente cartunista Edú, criador do Big Musculus), etc.
Um dia viu um anúncio numa revista de HQs da M&C Editores (dos sócios Minami e Cunha – a M&C apoiava os artistas nacionais! Publicavam trabalhos de Edmundo Rodrigues, Paulo Hamasaki e Paulo Fukue, que fazia o Torn, um herói que vivia numa selva pré-histórica. Publicavam também o grande Nico Rosso, que desenhava o Chico de Ogum, um herói umbandista criado pelo Carlos da Cunha (um dos sócios da Editora), e o Ignácio Justo, que desenhava a Múmia, escrita, também, pelo Gedeone.). Escreveu uma HQ de 10 páginas de terror e convidou o Felipe para fazer com ele os desenhos. Um fazia o lápis o outro metia tinta. Quando a coisa ficou pronta foram bater na porta da editora M&C, visto que a revista deles pedia novos autores nacionais. Os caras, da M&C, acharam muito ruim e os mandaram ir estagiar na casa do Ignácio Justo, que morava numa travessa da rua Conde de Sarjedas, no bairro da Liberdade. Portanto, ele também fez parte do time que surgiu no famoso “barraco do Justo”. Muita gente boa passou por lá, como: Ailton Elias, Lincoln Ishida, Cocolete, Salatiel de Holanda, Pedro Mauro Moreno. Essa gente toda acabou se destacando nas editoras e agências de publicidade da época. Aquilo era uma verdadeira irmandade, confraria.
Trabalhou com as editoras: Abril, Saber, Acti-Vita, Noblet, Grafipar, Sampa, Evictor, Tálamus, Rios, Imprima, Escala, Bloch, Rio Gráfica (atual Globo), etc; além das editoras de livros didáticos, agências de publicidade e empresas fazendo publicidade, como: Yakult, Laboratório Catarinense S\A, etc. Fez muita arte para empresas que representavam personagens americanos na área de merchandising, como: Character (super-heróis DC comics), Viacom (a Turma da Pantera Cor-de-Rosa), etc.
Publicou milhares de HQs: cômicas, sérias, super- heróis, eróticas, pornôs, etc. Também fez revistas de piadas, infantis, livros didáticos, para-didáticos. HQs para os personagens Disney, Hanna- Barbera, e até escreveu livros e contos eróticos, usando pseudônimo, é claro!
Os personagens que mais marcaram foram: O Inspetor Pereira, que foi publicado em 50 jornais do país; Capitão Savana, que saiu durante 5 anos pela Noblet, na revista do AKIM (o personagem da italiana Bonelli); Fantasticman; Fantasma Negro e o nosso querido Pequeno Ninja, o maior fenômeno de vendas nos últimos anos, de um personagem nacional, depois de Mônica e Cebolinha, é claro!
Ele e o Felipe se associaram e começaram a produzir uma “porrada” de HQs, revistas pornôs e etc, para a editora Ninja, que na época só tinha uma revista de artes marciais chamada: Ninja e que saia 6 edições por ano. Lá criaram: Udigrudi(um sucesso), o Guerreiro Ninja e um monte defotonovelas pornôs, etc. Um ano depois, a editora estava a milhão, com boas vendas e muitos produtos. Daí surgiu no cinema o filme O Pequeno Buda. Um sucesso de bilheteria! O amigo, editor e parceiro Fernando Mendes falou para eles que tinha uma idéia para uma série infantil e que o título seria O Pequeno Ninja (Veja a revista do Pequeno Ninjana loja do mania de gibi). Filho do líder de um poderoso clã ninja, Eugênio (pequeno Ninja) é treinado nas artes secretas do ninjitsu. Ao lado de seu parceiro (e animal de estimação)Shaken, o cão mascarado (Shaken lembra a personagem Hong-Kong-Fu, dos desenhos de Hanna-Barbera), o Pequeno Ninja vive muitas aventuras lutando em defesa da justiça e protegendo os inocentes. Criado em 1990, teve seus direitos autorais indevidamente registrados pelo editor da extinta editora Ninja, Fernando Mendes, e começou a ser desenhado por João Costa e sua equipe. Os autores originais processaram Mendes, vencendo a causa, e obrigando-o a retirar os exemplares das bancas. Para evitar maiores problemas, Mendes acaba comprando os direitos autorais de Fernandes e Felipe.
Uma nova versão do personagem, em estilo mangá, foi relançada anos depois pela Editora Cristal, sem muito sucesso. Em 2008 a editora On Line trouxe o Pequeno Ninja de volta às bancas com suas características originais, tanto em histórias em quadrinhos como em revistas de atividades. Produzido por João Costa e equipe, foi cancelado em 2009.
Em 2010, pela editora As Américas, lançou a revista Apache, que chegou ao nº06 agora em março de 2011.
Veja as revistas Apache na loja virtual do Mania de gibi
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