Presidente rubro-negro diz ter se arrependido de apoiar Paulo Carneiro
O Vitória atualmente está sendo gerido com a ajuda de doações, segundo revelação feita pelo presidente do clube, Fábio Mota, nesta terça-feira (28). "Estamos sobrevivendo de doações. O Vitória não iria sobreviver se não fosse isso. Somamos aqui 14 patrocinadores porque eu bati na porta", desabafou o dirigente durante entrevista ao jornal Bahia no Ar, da Rádio Metrópole.
"Nós erramos no futebol, pois não tivemos tempo para planejar. Tivemos apenas 14 dias para montar o elenco, porque quando cheguei não tinham pagado Walter Bou e ficamos impedidos de contratar. Estamos sobrevivendo de ajudas, doações e relações pessoais", completou.
No começo deste ano, o Vitória ficou impedido de registrar jogadores e, enquanto a pena não entrava em vigor, a diretoria anunciou um pacotão com 14 reforços em dezembro, antes mesmo de contratar o treinador. A proibição foi uma punição da Fifa em decorrência de uma dívida antiga com o atacante argentino Walter Bou, que jogou no Leão em 2018. Após a quitação, já com a temporada em andamento, o clube voltou a ter autorização para contratar atletas.
Mota contou ainda que tem recebido ajuda de torcedores do rival Bahia. "Não ganho salário para isso, não ganho nada. Para mim era muito mais fácil estar em minha casa e, hoje, estou aqui me indispondo. Tenho até amigos Bahia que hoje estão me ajudando. Um amigo meu Bahia me deu três caminhões de bloco e um de cimento. Só eu e Deus sabemos o que estou passando nos últimos seis meses aqui no Vitória".
O rubro-negro registrou um déficit de R$ 42,3 milhões no ano de 2021, de acordo com o balanço publicado pelo clube em abril. Foram R$ 59,2 milhões em receitas e R$ 101,5 milhões em despesas. Houve aumento de 105% do déficit no comparativo com o exercício de 2020, quando era de R$ 20,6 milhões. Àquela altura, o clube devia R$ 160,5 milhões com obrigação de pagamento em até 12 meses.
Arrependimento
O dirigente também revelou que se arrependeu de ter apoiado Paulo Carneiro nas últimas eleições, em abril de 2019. PC foi destituído do cargo em maio deste ano, quando Fábio Mota assumiu de forma definitiva até o final do mandato, em dezembro. Antes presidente do Conselho Deliberativo, ele acumulava o posto interinamente desde outubro de 2021, quando o vice-presidente Luiz Henrique Viana renunciou.
“Meu arrependimento é de ter feito parte de uma chapa que ganhou essa eleição. Mas a forma que eu encontrei foi assumir. Estou aqui dentro e vou até o fim, pelo amor que eu tenho ao clube”, afirmou Mota. “O que me moveu a assumir essa bomba, contra minha família, minha mãe, minha mulher, meus filhos, meus amigos, foi meu amor ao clube. Estou aqui tentando salvar o clube, em uma condição totalmente adversa, numa das maiores crises que o clube enfrentou em toda a sua história, por uma série de anos de administrações equivocadas, e chegou no fundo do poço", disse.
O Vitória vive uma crise fora e dentro de campo. A sete rodadas do fim da primeira fase da Série C, o time está ameaçado de rebaixamento. Em 16º lugar, o Leão soma os mesmos 12 pontos do Campinense, primeira equipe dentro do Z4, na 17ª colocação. No sábado (2), às 19h, o rubro-negro enfrenta o Figueirense, no Barradão.
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