Fantar surgiu em 1967 e é considerado o primeiro anti-super-herói brasileiro. Lembrando o “Príncipe Submarino” e “O Incrível Hulk”, da editora Marvel, ele era um homem-peixe esverdeado que queria destruir os habitantes da superfície. Fugia do esquema “bom mocinho bonitão” que vinha desde os tempos do Capitão Sete, nos anos 50. Fantar era feio, escamoso, gigantesco, anti-social e não morria de amores pela humanidade.
Na trama, uma experiência genético-atômica projetada por uma organização maléfica denominada Organização dos Sete Sábios (OSS), com o nefasto intuito de destruir as cidades e dominar o mundo, ou o que restar dele. Para isso criaram um monstro enorme, irracional e indestrutível, e é exatamente assim que o personagem principal se comporta, como um genuíno Godzila tupiniquim. Quem revela ao serviço secreto encarregado de destruir Fantar que aquela criatura apavorante fôra antes um ser humano, e que seu atual estado físico gigantesco e disforme é resultado de experiências genéticas, é um renegado da OSS conhecido como Dr. Branny. Será ele quem dará as dicas a Mr. Leader, chefe do serviço secreto - reparem que os nomes dos personagens são estrangeiros, mas não por falta de patriotismo ou coisa parecida, pelo contrário, me pareceu uma forma respeitosa do roteirista tratar a inteligência do leitor, afinal de contas, alguém acha que o Brasil teria condições de impedir um ataque deste porte?
Fantar foi dotado com inteligência pífia, máquina de destruição cheia de ódio inexplicável, por isso ele parece o Hulk dos velhos tempos. E com potência espantosa: a cada ataque atômico que recebe, não só não fica ferido como cresce em tamanho e força. E só pôde ser impedido graças a uma certa gosma inventada pelo Dr. Branny. A história termina em suspense: terá perecido o Fantar? Só se as vendagens fossem muito baixas.
A revista “Fantar” durou quatro números. De acordo com Edmundo Rodrigues, em entrevista para a revista “Mundo dos Super-Heróis” 36, a publicação não foi adiante porque a GEP não tinha “paciência para esperar o projeto vingar, que é de quatro meses. Achavam que os títulos não eram vendáveis. O que não é verdade, pois nisso eu tenho experiência”.
Ironicamente, cinco anos depois, Edmundo foi trabalhar para a Bloch, onde foi editor de “Príncipe Submarino” e “O Incrível Hulk”. Em julho de 2000 anunciou-se que Fantar e outros super-heróis dos anos 60 possivelmente voltariam em “edições especiais”. Porém, nada de concreto aconteceu.
Bibliografia:
- José Salles, para o site Bigorna.net, 20/10/2005;
- Antônio Luiz Ribeiro. "Heróis brazucas" 11.
Fonte:Guia dos quadrinhos
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