13|abril|2013, 2:01
Arquivado em: Cavaleiro Negro, Comics - Quadrinhos, Faroeste, Gutemberg Monteiro-Gut, Jack Kirby, Marvel, RGE | Tags: Gibi de Ouro, Gringo, Gutemberg, Juarez Odilon, Milton Sardella,Primaggio, Ringo, Syd Shores, Timely Comics, Walmir
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A revista do Cavaleiro Negro, publicada a partir de setembro de 1952 pela Rio Gráfica e Editora (atual Editora Globo), foi uma das revistas de faroeste mais longevas já impressas no Brasil. Não podemos esquecer que The Lone Ranger (editado no Brasil pela Ebal com o nome de Zorro) e, claro, Tex, ultrapassaram em quantidade de edições o personagem da RGE. Mas, mesmo assim, a façanha do Cavaleiro Negrofoi impressionante: sua revista chegou às bancas por mais de 20 anos e alcançou a marca de 245 números!
Como as aventuras do Cavaleiro Negro eram curtas, ele dividia as páginas de sua revista com outros personagens do faroeste, como Ringo Kid, Arizona Raines, Apache Kid, Sierra Smith, Davy Crocket, Kit Carson, Daniel Boone, entre outras “histórias formidáveis de índios e de cowboys”.
Lançado em 1948, no segundo número da revista All-Western Winners, The Black Rider foi criado por Syd Shores para a Timely Comics (que, mais tarde, viria a se tornar a gigante Marvel Comics) e a partir do número 8 a revista passou a se chamar simplesmente de Black Rider. Enfim o Cavaleiro Negro ganhava seu próprio título nos Estados Unidos. Mas isso não foi o suficiente para transformá-lo num sucesso e a série de aventuras com o personagem foi cancelada no número 31, em novembro de 1955. Ele nunca conquistou os leitores americanos. Mas era um sucesso absoluto no Brasil.
Com a série cancelada em seu país de origem, a RGE teve que encontrar uma solução para continuar publicando a revista, que vendia muito bem. O mais lógico seria produzir aqui as novas aventuras do herói mascarado, já que a editora contava com desenhistas do mais alto nível em seu departamento de arte.
Mas, por mais inacreditável que pareça, a “solução” dada foi a seguinte: outros personagens de faroeste passaram a ser “retocados e transformados no Cavaleiro Negro pelos desenhistas do staff interno da Rio Gráfica”. Essa revelação consta em texto não assinado – provavelmente de autoria de Otacilio D’Assunção – publicado na revista Gibi de Ouro – Os Clássicos dos Quadrinhos – Cavaleiro Negro, lançada em 1985 pela RGE. E isso quer dizer exatamente o que você, leitor, entendeu: através de retoques nos desenhos originais, o Cavaleiro Negro era colocado no lugar do herói de outras histórias de faroeste!
Mas essa falta de respeito com os quadrinhos, os desenhistas e os leitores, durou algum tempo até que, finalmente, a direção da RGE tomou juízo e as aventuras do personagem passaram a ser produzidas no Brasil. Assim, o Cavaleiro Negroganhou os traços de mestres como Gutemberg (a capa da edição 106, reproduzida abaixo foi desenhada por ele), Walmir, Milton Sardella, Juarez Odilon, entre outros. Mesmo assim, de vez em quando, aventuras de outros caubóis menos importantes continuavam a ser retocadas e transformadas em histórias do caubói mascarado.
O grande desenhista Gutemberg Monteiro, que fez sua carreira nos Estados Unidos, desenhou diversas histórias do Cavaleiro Negro, como estas páginas reproduzidas abaixo e que fazem parte da história “Balas Marcadas”, publicada na revista doCavaleiro Negro #113.
Muitos desenhistas de talento também produziram histórias de Black Rider nos Estados Unidos. Curiosamente, Jack Kirby foi um deles. Provavelmente a página e o quadrinho que reproduzimos abaixo são trabalhos de Kirby. Pena que a aventura “A luva negra!” não veio creditada.
Finalmente, em 1972, a revista do Cavaleiro Negro também estava prestes a ser cancelada pela RGE por absoluta falta de material. Assim, o então diretor de arte, Primaggio Mantovi, decidiu transformar as histórias de Gringo – um personagem de faroeste produzido na Espanha – em aventuras do Cavaleiro Negro, voltando a usar novamente a execrável solução de retocar o personagem. A culpa obviamente não era dele, já que a direção da RGE não lhe dava condições de produção de novas histórias. Mas essa curiosa história será contada em outra postagem.
Mas essa falta de respeito com os quadrinhos, os desenhistas e os leitores, durou algum tempo até que, finalmente, a direção da RGE tomou juízo e as aventuras do personagem passaram a ser produzidas no Brasil. Assim, o Cavaleiro Negroganhou os traços de mestres como Gutemberg (a capa da edição 106, reproduzida abaixo foi desenhada por ele), Walmir, Milton Sardella, Juarez Odilon, entre outros. Mesmo assim, de vez em quando, aventuras de outros caubóis menos importantes continuavam a ser retocadas e transformadas em histórias do caubói mascarado.
O grande desenhista Gutemberg Monteiro, que fez sua carreira nos Estados Unidos, desenhou diversas histórias do Cavaleiro Negro, como estas páginas reproduzidas abaixo e que fazem parte da história “Balas Marcadas”, publicada na revista doCavaleiro Negro #113.
Muitos desenhistas de talento também produziram histórias de Black Rider nos Estados Unidos. Curiosamente, Jack Kirby foi um deles. Provavelmente a página e o quadrinho que reproduzimos abaixo são trabalhos de Kirby. Pena que a aventura “A luva negra!” não veio creditada.
Finalmente, em 1972, a revista do Cavaleiro Negro também estava prestes a ser cancelada pela RGE por absoluta falta de material. Assim, o então diretor de arte, Primaggio Mantovi, decidiu transformar as histórias de Gringo – um personagem de faroeste produzido na Espanha – em aventuras do Cavaleiro Negro, voltando a usar novamente a execrável solução de retocar o personagem. A culpa obviamente não era dele, já que a direção da RGE não lhe dava condições de produção de novas histórias. Mas essa curiosa história será contada em outra postagem.
Abaixo três reproduções de capas da revista Black Rider, publicadas no início da década de 50 nos Estados Unidos.
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