quinta-feira, 11 de julho de 2013

Irredeemable, de Mark Waid


Writer(s): Mark Waid
Artist(s): Peter Krause
Series Type: Ongoing
About this Series:
What if the world's greatest hero decided to become the world's greatest villain? When the Plutonian, the world's greatest hero, snaps and turns into the world's greatest villain, only his former teammates have a chance at stopping his rampage. But while on the run from the world’s most powerful and angry being, will these former teammates discover his secrets in time? How did he come to this? What became of the hope and promise once inside him? What happens to the world when its savior betrays it? What makes a hero IRREDEEMABLE?












Irredeemable, de Mark Waid



E teve um dia que o maior herói da terra, um ser com poderes praticamente infinitos, se tornou o maior pesadelo do mundo. Esta é a premissa de Irredeemable, de Mark Waid, uma série de 37 edições que começou em abril de 2009 e foi finalizada em maio de 2012, publicada pelo Boom! Studios. Na série é contada a história de Plutoniano, que é praticamente o Superman com outro nome, a partir do dia em que enlouqueceu, destruiu completamente sua cidade natal e começou a caçar seus ex-companheiros e antigos vilões.


Para que ninguém achasse que seria mais uma história de um vilão procurando redenção, Mark Waid deixa bem claro sua intenção no título. Pelo dicionário, irredimível é algo que não pode ser salvo ou resgatado. Plutoniano matou milhões de pessoas. Torturou (inclusive sexualmente) antigos conhecidos seus. Não há volta para ele. Apenas essa premissa, do abandono da jornada da redenção, já torna a obra peculiar.
Mas Waid se destaca pela sua narrativa. Ou melhor, por não se prender apenas no conceito de um Superman vilão. Ele tem uma história para contar, e desenvolve muito bem seus personagens para chegar no final que, como revelou em entrevistas posteriores, já tinha planejado desde o início. 


O autor também gosta de trabalhar conceitos. Em Irredeemable, ele brinca com o poder, e como ele corrompe qualquer um. Em certo ponto (sem spoilers!), um herói consegue poder suficiente para enfrentar o Plutoniano de igual para igual. Ao invés de planejar a utilização efetiva a fim de resolver o problema maior, ele quer ser reconhecido como salvador do mundo, quer fama e adoração. Poder corrompe.

Falta de poder também é fator decisivo para atos desesperados. Modeus, o vilão mais perigoso do passado exemplar do Plutoniano está desaparecido faz algum tempo. Os membros sobreviventes do Paradigma (a Liga da Justiça que o agora vilão era o líder) não encontram outra alternativa a não ser procurar por ele. Mas seria realmente o inimigo do meu inimigo meu amigo? Aliás, a explicação para esse antagonismo do Plutoniano com Modeus é genial, com certeza um dos pontos altos da obra.

Mas claro que nem tudo são flores. Uma das coisas que mais me incomodou é também uma das suas maiores qualidades. Se você gosta de plot twists (reviravoltas no roteiro), parabéns, você acabou de achar a sua HQ favorita. Praticamente toda a edição, sem exageros, tem um plot twist no final. No começo era divertido, mas lá pela metade começou a ficar meio artificial. Parece que cada personagem principal da história tem uns três segredos que podem mudar o rumo do mundo. Mas bom, é a minha opinião, você pode vibrar com cada um deles e não dar a mínima.




Algo mais difícil de se relevar é a sensação que a história se perde a partir da metade. Tem um arco em particular que é muito arrastado, e quebra completamente a dinâmica mais agitada que vinha sendo impressa na obra. Se ainda servisse para aprofundar algum elemento ou personagem estaria tudo bem. Mas não, apesar de ter alguns pouco pontos importantes para o prosseguimento, é basicamente enrolação. 

Algumas motivações de personagens  também ficam confusas, principalmente a do Plutoniano. Ele era mau e se controlava ou os eventos mostrados na história que o fizeram se tornar descrente na humanidade? Alguns personagens também somem e aparecem algumas edições depois, sem muita explicação. E as soluções para alguns problemas são totalmente questionáveis, principalmente com aquele personagem mencionado acima que adquire muito poder. 

Infelizmente o final me desagradou um pouco. Não as páginas finais, que são memoráveis e talvez o ponto mais alto da obra. Mas a edição final em si, que deveria fechar todas as pontas e mostrar o destino dos personagens. Não ficou ruim, mas dava para ter mais capricho.


Qubit, o melhor personagem da série na opinião de quem
escreveu este post


Dito minha opinião sobre os pontos fortes e fracos, resta fazer o fechamento do post. Irredeemable, mesmo com esse nome difícil que te faz pesquisar no google cada vez que vai escrever, foi uma das grandes obras dos últimos anos. Se não é uma obra prima, é uma história muito divertida e, em grande parte, bem contada. Se você já leu, não conhecia e pretende dar uma olhada ou achou uma porcaria, deixe sua opinião nos comentários.

Recomendado para: Quem não está a procura do Cidadão Kane das HQs mas ainda quer diversão de qualidade. 

P.S.: Mark Waid também lançou outra HQ pelo Boom! Studios que se passa no mesmo universo e é paralela à Irredeemable. Se trata de Incorruptible, e conta a história de Max Damage, um antigo arqui-inimigo do Plutoniano. No mesmo dia que o antigo herói vira vilão e destrói Sky City, o antigo vilão tem uma epifania e resolver se tornar um grande herói. Apesar de ser divertido acompanhar a jornada de Max Damage rumo ao heroísmo, a revista tem um tom bem mais leve e descompromissado do que Irredeemable. Vale a pena conferir quem se interessou pela premissa.

Fonte: http://satelitevertebral.blogspot.com.br/

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