terça-feira, 18 de outubro de 2016

LEITORES ABANDONAM MARVEL COMICS DEPOIS DA INVASÃO DOS JUSTICEIROS SOCIAIS. QUEM PODE CULPÁ-LOS?



Artigo original: Charlie Nash
Tradução e adaptação: Bruno Maia Giordano


 
Introdução:

A justiçagem social, aquela dos seus amigos engajadinhos de facebook, que utilizam bordões do tipo “seje menas”, amam a palestina e odeiam Israel, sofrem horrores com micro-agressões e com mocinhos salvando mocinhas dos vilões mais sádicos (o que pode ser definido como machismo), está destruindo o roteiro de muitas HQs da Marvel. Como sempre, o mundo mágico dos jornalistas dos "prestigiados" New York Times, Vanity Fair, Huffington Post ou Folha de São Paulo e G1, não passa de uma perfeita periferia da realidade. Se você leu naquele site, que tem o nome de um prato feito a base de ovos crus mexidos, que está tudo bem e que os quadrinhos estão mais inclusivos, quando na verdade trocaram direitos civis por censura política, encare a realidade com o texto abaixo. O mercado dá o recado. 


PS.: Alguns leitores disseram que não há dados sobre quedas nas vendas. Errado: Os dados estão linkados na matéria. Um dado nacional sobre o tal deficit de vendas é este: http://www.universohq.com/noticias/mercado-de-quadrinhos-dos-estados-unidos-passa-por-momento-de-retracao/. A atual recuperação do mercado, deve-se a saga Guerra Secretas.


"Thor? Você está brincando comigo? Eu deveria chamá-lo de Thor? " O vilão da Marvel,  Homem Absorvente grita com a nova "mulher Thor "durante uma briga de rua viciosa em uma edição publicada no ano passado. "Feministas Malditas arruinando tudo!", complementa (Fig. 1).
Fig. 01 - O único problema é que o vilão está certo...
O diálogo espelhou os mais sãos pensamentos do leitor durante a edição, mas não somos todos monstros, como você pode pensar. Somos apenas fiéis, leitores de longa data que estão doentes de raiva com nossos personagens favoritos sendo massacrados por lésbicas de piercing no nariz (e não há nada errado com elas, mas o contexto é apelativo), para vender diversidade e com o aparente custo, não apenas do diálogo, da história e da criatividade, mas também, parece-nos agora, do sucesso comercial da linha de quadrinhos da Marvel.

Um vilão baseado no candidato presidencial republicano Donald Trump está por aparecer em "Spider-Gwen Annual # 1" esta semana. O vilão, que atende pelo nome de MODAAK será visto rondando "estrangeiros sujos", tudo com piadas Mexicanas,  piadas sujas, e até mesmo a assinatura e slogan do Trump: "Faça a América grande outra vez."

Em uma cena, uma Capitã América (mulher, afrodescendente e empoderada) pode ser vista batendo em MODAAK com seu escudo [sic] antes que o vilão possa completar seu slogan "Faça a América grande outra vez" (um clássico cliché das HQs e cinema, batídissimo e pedante) - fig. 03 e 04.
Fig.03- Um dos novos vilões da Marvel é ninguém menos que... Donald Trump...
Sua tolerância pode variar com o dicurso do Trump. Uma abundância de leitores sorrirá sobre as piadas feitas às custas do Donald. Mas a crescente frustração dos clientes em preocupações sobre a terceira onda do feminismo, está obscurecendo o caminho dos quadrinhos da Marvel e isso começa a ter um efeito sobre as vendas. Acontece que você não pode intimidar as pessoas para a se preocuparem com "micro-agressões", dessa maneira. É como xingar seu próprio público.
Fig 04- ...Que leva uma coça da Capitã América empoderada... 
Politicagem da mais rasteira.
"[Um monte de sujeira misógina]", "[Meninismo e Racismo Casual de Ativistas dos Diretos dos Homens]", e mesmo "[As opiniões não solicitadas sobre Israel ???]" foram todas as legendas de algumas das falas, em “Angela: Rainha de Hel” (fig.05), uma história em quadrinhos da Marvel que foi cancelada depois de não conseguir definir o mundo em chamas no início deste ano. A história começou com cerca de 40.000 vendas em sua primeira edição, mas caiu para pouco menos de 25.000 em seu segundo número.
Fig.05- Angela- Rainha do Hel, vendeu tão pouco que esta simples visualização teve mais views do que a revista de vendas: quase 50.000
Pela terceira edição, “Angela: Queen of Hel” estava vendendo um pouco mais de20.000 peças, e pela última edição, de número sete, pouco mais de 14.000 pessoascompraram uma cópia. Isso mesmo: os quadrinhos perderam mais da metade de sua audiência no prazo de sete números.

Isso é porque a indústria de quadrinhos odeia as mulheres? Ou poderia ser talvez porque os leitores não gostam de ser torturados até a morte com política estudantil - ou porque guerreiros da justiça social tendem a não colocar seu dinheiro onde sua boca está.

A Marvel não está recebendo a mensagem. Seu mais recente personagem de quadrinhos é - vejam só - uma garota negra de 15 anos de idade que substituirá o Homem de Ferro. Está certo. Tony Stark, o cara mau, empresário, bilionário e playboy que representou o americano branco por excelência desde a década de 1960 está para ser substituído por uma garota negra 15 anos de idade, com um afro e brincos de argolas (novamente a questão aqui é de contexto).

Outras editoras de quadrinhos dificilmente são santas, é claro. Em uma edição de Mulher Maravilha da DC no ano passado, a popular super-heroína, queixou-se de um vilão que estaria fazendo "mansplaining" com ela antes que uma aliada lhe desse um soco na cara para o “crime” (o ato de falar interrompendo uma mulher é, segundo as caricatas feministas de terceira onda, chamado de mansplaining). "O lasso obriga a verdade, mas não pode parar o mansplaining" (Fig. 06), declarou a Mulher Maravilha, logo depois  o "cara mau" teve seus dentes arrancados da boca pela amiguinha (a imagem da cena também teve mais visualizações negativas, do que o gibi em vendas… e é um dos momentos mais pedantes de toda a história dos comics).
Fig 06 - Até os típicos bordões do movimento feminista de internet, estão colocando nas histórias, como o caricato "mansplaining"
Os novos estilos políticos sociais parecem uma escolha estranha para os editores que têm uma audiência predominantemente apolítica - e desproporcionalmente masculina-  particularmente desde que o CEO da Marvel, Ike Perlmutter, também doou US$ 1 milhão para o Fundo dos Veteranos militares dos EUA, de Trump, em janeiro.

"Nós estamos vendo a pior queda de vendas da Marvel e DC na história em 38 anos da loja"
, reclamou um proprietário de uma loja de quadrinhos em um fórum da indústria."Ambas as empresas estão perdendo leitores estabelecidos que já não sentem que a produção da empresa reflete o tipo de quadrinhos que eles gostam".

"Pela primeira vez na história da loja, o gerente de vendas da Marvel nos viu encomendar um dígito em mais de metade dos itens na linha da seção Marvel."

Os leitores da Marvel estão azedando particularmente rápido. Com a exceção de alguns quadrinhos grandes, cujos personagens, até agora, escaparam do expurgo SJW de qualquer coisa remotamente parecida com um homem branco hétero, os leitores da Marvel estão indo simplesmente para outro lugar.

A Marvel alterou radicalmente os seus personagens clássicos, cedendo aos apelos para mais diversidade, criou um Spiderman negro e uma Thor mulher (ao invés de criar novos personagens para atender esta demanda). Isto, efetivamente, tem transformado uma empresa multi-bilionária em um zine justiceiro de um dollar.

Aqui está uma novidade para a Marvel: racialistas agressivos e guerreiros de gênero, que se queixam sem parar sobre a "falta de diversidade" nas histórias em quadrinhos não compram histórias em quadrinhos. Eles estão interessados em políticas de identidade, não em diversão.

Quando os seus clientes - os fãs de quadrinhos por toda uma vida - pegarem a última edição e encontrarem uma miscelânea de irrelevantes e intimidantes comentários pop culturais e sociais, eles provavelmente não vão comprar a próxima edição. Não porque eles são machistas e racistas, mas porque as coisas que você estão publicando são uma porcaria.

As pessoas lêem histórias em quadrinhos para escapar do mundo real, e os leitores estão fartos de serem chamados de homens privilegiados cis brancos ou misóginos no mundo real, e ainda mais em um lugar do qual querem escapar. Se vocês quiserem colocar essas coisas em seus comics, vão em frente, mas os leitores irão somente parar de comprá-los.

A Marvel está refém, dividida entre apaziguar justiceiros sociais (SJWs) ou enlouquecê-los, depois de tentar corrigir alguma situação confusa com algum tapa de luva, quando na verdade deveria oferecer o dedo médio em resposta. Eles não estão muito preocupados agora, devido ao sucesso dos filmes de super-heróis nas bilheterias.

Mas enquanto a empresa está fazendo dinheiro em Hollywood, na esperança de que as audiências continuem entusiasmadas com franquias de crossovers cada vez mais desesperadas, há problemas no horizonte, não apenas no núcleo de propriedade intelectual do estúdio, mas na integridade criativa do seu trabalho, também.  Marvel: Apenas faça as coisas direito...
 

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