“...uma façanha monumental da imaginação, combinando ficção científica, sátira política, evocação consciente do passado das HQs e uma corajosa reconstrução dos formatos gráficos atuais – tudo transformado em uma distópica história de mistério.”
- Time Magazine
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Watchmen é a história em quadrinhos definitiva. O pico de criatividade inegável (até aqui) de uma mídia relativamente nova, que mudou os parâmetros tanto no que diz respeito ao conteúdo e à narrativa das obras vindouras, quanto ao próprio mercado da HQs. Entenda por quê:
A História da História
Em 1985, o roteirista britânico, Alan Moore, já um nome respeitado na indústria por seus trabalhos emMonstro do Pântano e Marvelman, entrou nos escritórios da DC Comics com uma idéia fixa na cabeça: usar os recém-adquiridos personagens da recém-falecida editora Charlton Comics (no caso, o Besouro Azul, o Questão, a Canário Negro, o Pacificador e o Thunderbolt) para contar uma história que mostrasse um grupo de super-heróis de uma maneira nunca antes vista – como pessoas de carne e osso.
Dick Giordano, editor na época, achou a idéia interessante, mas sabia que Moore iria inutilizar diversos dos novos "produtos" da DC. Então, sugeriu ao roteirista criar seus próprios personagens e um mundo alternativo. A partir daí, restava apenas convocar o ilustrador Dave Gibbons (que na realidade, se autoconvidou) e o colorista John Higgins (apontado por Gibbons) para que uma lenda começasse a ser arquitetada.
Unanimidade
Watchmen foi lançada originalmente como uma minissérie em 12 partes, de setembro de 1986 até outubro do ano seguinte. O reconhecimento foi imediato. A mídia especializada elogiou, os grandes veículos destacaram, outros autores elogiaram e invejaram.
Sua complexa desconstrução de um gênero inteiro por meio de sua intrigante história – e a reflexão sobre as angústias atômicas daquela época – foi o suficiente para valer prêmios de renome, como oHugo e o Eisner Award, além de sua presença na lista dos 100 Melhores Romances em Língua Inglesada revista norte-americana Time, publicada em 2005. Watchmen foi a única HQ relacionada.
Múltiplo Impacto
Junto com Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller, Watchmen não só levou os quadrinhos ao patamar de arte, como também modificou o comportamento da própria indústria. As edições encadernadas de ambas as séries mostraram como os paperbacks (como são chamadas tais edições nos EUA) eram uma forma viável de comercialização de HQs. Na realidade, cerca de 20 anos depois, os encadernados viriam, de fato, a levantar as vendas minguantes das grandes editoras...
Esteticamente, Watchmen levou à linguagem da nona arte recursos até então inéditos nas revistas de grande circulação. Flashbacks, narrativas fragmentadas, simbolismos, uso de técnicas cinematográficas, diálogos em camadas... todos estes recursos foram usados na – e em nome da – ótima história da minissérie. O que, no final das contas, é o que a torna imperdível até hoje.
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