quinta-feira, 6 de abril de 2017

Crítica | Super-Homem: Morcego de Aço






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Erik Blaz em 13 de janeiro de 2014 Facebook25Pinterest1TwitterGoogle+Compartilhar26







Às vezes, fico pensando como tudo podia ter sido diferente. Como uma simples ventania poderia ter levado aquele foguete pra qualquer outra parte do mundo. Ele podia ter sido achado na cratera de um vulcão por um chefe zulu… Ou por um camponês da China. E por que não, por um ditador fascista, ou… Um fazendeiro do Kansas?

Lois Lane



Para aqueles que pouco sabem, o Túnel do Tempo da DC Comics funciona de forma semelhante ao What If… (O que aconteceria se…) da Marvel Comics. Ficou sem entender? A ideia é colocar heróis e vilões em cenários ou épocas diferentes, em situações que não escolheram ou desejaram acontecer em suas cronologias originais, trata-se realmente de um exercício de imaginação cujo objetivo é subverter o contexto normal dos personagens, como diz a explicação do Túnel do Tempo.

É comum ver muitos contos que se passam em realidades alternativas não ganharem tanto destaque ou que infelizmente não agradam os fãs… A DC Comics, no entanto, nos deu clássicos como Super-Homem: Entre a Foice e o Martelo, O Retorno do Cavaleiro das Trevas e O Reino do Amanhã.

Em Super-Homem: Morcego de Aço, DeMatteis vai além da imaginação de muitos fãs de quadrinhos, colocando em rota de colisão a história de dois icônicos personagens da editora: Super-Homem e Batman.

Esta história mostra o que ocorreria se a nave do ainda bebê Kal-El, caísse em Gotham City, e este, adotado pelo casal mais famoso da cidade: Os Wayne e logo, o pequenino bebê alienígena, recebe um nome humano, dado pelo seus novos pais: Bruce Wayne.

De princípio, a história é idêntica ao que ocorre a cronologia original do Cavaleiro das Trevas, os pais são assassinados diante dos olhos da criança… Porém é esta cena que culmina no “despertar” dos latentes poderes de Bruce Wayne, de forma que a mistura de sentimentos no momento faz com que ele acerte sua até então escusa visão de calor no assaltante, que falece pouco depois. Bruce Wayne se exila em sua mansão, até que chega o momento em que seu fiel mordomo expõe a verdade por trás do mistério de seus poderes.
Desta vez, a nave não é guardada em um seleiro, mas sim numa caverna dentro das propriedades da família Wayne.
A sede de justiça e a ideia de como fazê-la com as próprias mãos começa a partir da visão dos tenebrosos moradores da caverna: Morcegos!


O ótimo enredo nos expõe um feroz vigilante, quase ou mais assustador que o Batman que conhecemos, e mesmo não tendo os conhecimentos ou habilidades em artes marciais, seus poderes ganhos pelo sol amarelo conseguem substituir estes atributos, que são mostrados em alguns trechos desta revista. Um Batman melhor do que conhecemos? Um vigilante sedento por justiça, um mostro a solta nos céus de Gotham? Talvez, somente Lois Lane saiba a resposta.
A narração é feita por ela e a ideia de DeMatteis também é mudar a vida dos personagens que marcaram o Homem de Aço, de certa forma, cada qual com sua versão distorcida neste mundo que pouco conhecemos.


Contudo, no final, o herói tem suas escolhas para fazer, a senhorita Lane, peça chave da trama, ajuda o herói na escolha de seus conceitos e o vilão, não pode faltar… Lex Luthor também aparece e desta vez, como um Coringa!
Os principais personagens tem uma explicação simples, sem viajadas e direta, porém, infelizmente, o que faltou neste conto foi a participação de outros coadjuvantes que fizeram parte da vida do morcegão, podemos sentir um certa falta do Comissário James Gordon, Selina Kyle, talvez um pouco mais de participação do mordomo Alfred e de tantos outros seres e super-seres da vida dos mais famosos heróis da DC Comics.

Sobre a arte, ela é feita pelo falecido Luis Eduardo Barreto Ferreyra, um uruguaio que fez diversas capas para Super-Homem e teve longa passagem pela série dos Novos Titãs. Seu trabalho de maior sucesso foi a Graphic Novel Lex Luthor: Biografia Não-Autorizada. Com uma arte que lembra um pouco os traços de Dan Jurgens, principalmente nas expressões faciais dos personagens, não há como negar. A escolha do desenhista foi ótima e garante a diversão na HQ no que faltou de tempo para mostrar mais de outros personagens.





Super-Homem: Morcego de Aço (Superman: Speeding Bullets, EUA, 1993)
Roteiro: John Marc DeMatteis
Arte: Luis Eduardo Barreto Ferreyra
Cores: Les Dorscheid
Editora: DC COMICS
Editora no Brasil: Abril Jovem
Páginas: 48

ERIK BLAZ. . . .Tudo começou quando o meu pai Odin me baniu de Asgard para Midgard... Então eu fui mordido por um vampiro, quando me atacaram com kriptonita e para piorar a situação, vendi minha alma para Malebolgia (em troca de algumas HQs), enquanto meus dons mutantes de controlar o clima surgem pouco antes de ser o escolhido para portar um anel energético e obter a Equação Anti-Vida e assim, salvar todo o multiverso! Mas também possuo uma paixão pela Arte em suas mais diferentes formas e gêneros...Desenho, Pintura, Gravura, Montagens, Teatro... E claro, um louco por histórias em quadrinho e filmes antigos, sem falar na arte de comer muito e dormir pra caramba :'D









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