quinta-feira, 6 de abril de 2017

MARVEL COMICS: Lacrar ou Morrer?






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Nossa equipe comenta o assunto nerd mais quente da atualidade: a declaração da Marvel de que os leitores não querem mais diversidade ou super-heroínas
Por O Pastel Nerd
Se você é nerd e acessou a internet na última semana, certamente esbarrou na história mais debatida do momento na geeksfera: a declaração de David Gabriel, vice-presidente de vendas e marketing da Marvel, segundo a qual as vendas baixaram tanto ultimamente porque “os leitores não querem mais diversidade e nem mulheres” nos quadrinhos da editora.
A Marvel tem ganhado destaque na mídia com a estratégia de criar várias polêmicas que parecem planejadas para chamar a atenção da mídia convencional e, com sorte, conseguir aumentar as vendas com o expediente. Se esta é mais uma dessas ocasiões, não sabemos. Se for, deu muito certo.
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A princípio não falaríamos do assunto, mas um dos nossos editores, Eduardo Marchiori, sugeriu que fizéssemos um artigo coletivo com os membros da equipe com nossas opiniões. Foi uma boa ideia, porque os membros do O Pastel Nerd representam uma parcela do público de quadrinhos formada por trintões, quarentões e até cinquentões que leem gibis de super-heróis desde os anos 1970, 1980, 1990 até hoje e podemos, talvez, ter uma perspectiva um pouco diferente da maioria dos sites que vêm discutindo a questão. Ou não. Você decide.
Uma coisa é certa, porém: nossas opiniões, mandadas isoladamente, esbarraram quase todas no mesmo denominador – você vai notar qual é ao lê-las. Claro, sinta-se livre para discordar ou concordar e comentar abaixo.
Assim, começamos com o Eduardo, que deu a ideia…
Eduardo Marchiori (Jornalista e Marvete que, às vezes, parece gostar mais da DC):what-marvels-push-toward-superhero-diversity-really-means-757-body-image-1436457479
A total falta de competência da diretoria da Marvel fica expressa em suas declarações, com justificativas furadas e tentando empurrar a culpa para vários fatores (Racismo, homofobia, machismo, crise de mercado etc etc etc…), menos para si mesmos. O problema não é a diversidade, é a falta de bons roteiros que se tornem memoráveis e não apenas uma trama feita para atender minorias que sequer compram os quadrinhos que criticam.
Outro fator é a mudança nos heróis já consagrados. Não é a diversidade que incomoda, mas pegar um personagem de 75 anos e mudar sua etnia, seu sexo, sua orientação sexual. E, com isso, tirar sua própria identidade. Tanto isso é verdade que a Marvel sempre teve personagens representantes – Pantera Negra, Luke Cage, Ms. Marvel, Estrela Polar, só pra citar os mais óbvios – e todos tiveram seu espaço. Quer diversidade? Crie um personagem novo, não mexa nos que já existem!
Gustavo Daher (Designer, Quadrinista e DCnauta que andou lendo muita Marvel):
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Ben Santana (Tradutor, historiador e DCnauta que também lê Marvel):
O recente imbróglio entre o vice-presidente de vendas da Marvel, David Gabriel, e os sites especializados – e alguns mais “civis”, que adoram surfar em tudo que possa gerar polêmica – me fez pensar sobre o panorama atual da editora. Nah… Eu já havia pensado antes, mas como sempre dei de ombros e disse “ei, são ciclos. Uma hora muda mais uma vez”.
du0epsz3dv1cmataghfbA agenda política na Marvel, o excesso de diversidade, dizem, pode ser um fator para que os leitores mais antigos não comprem mais as revistas da editora? Pode, é claro. Mas está longe de ser o único fator que fez que as vendas despencassem. Toda a indústria está sofrendo com vendas baixas. Não é só a Marvel. A DC (que tirou a cabeça um pouquinho – só um pouquinho – fora d’água com o Renascimento). A Dark Horse, que perdeu uma de suas maiores franquias, Star Wars. A Image, que, apesar da superlativa qualidade de seus títulos autorais, ainda não vende tudo o que merecia… Quadrinhos não vão vender mais como na metade do século passado, como nos anos 1990, e esse é um triste fato.
Qual o verdadeiro problema da Marvel? Megassagas que não levam a lugar nenhum. Histórias – com raras exceções – que simplesmente não empolgam o leitor mais antigo. Ou o mais novo, que eventualmente se interessou por aquele universo graças aos filmes.
E não, o problema não é, como vi por aí, do fã mais antigo. Dizem que ele não compra porque é “preconceituoso e misógino”. Isso não explicaria a razão dos números 1 venderem relativamente bem. O leitor antigo dá uma chance, sim. Pelo menos, eu sou um daqueles que faz isso. Só que as histórias são tão sem sal (de novo, em sua maioria) que eles acabam não voltando para o número 2.
Então, qual a solução? Em minha opinião, a Marvel deve voltar a fazer o que sempre fez de melhor: contar boas histórias e atrair todos os leitores, não só uma parcela deles.  Se eles começarem a fazer isso, vai acontecer exatamente como naquele filme piegas do Kevin Costner, aquele do campo de baseball… “Eles virão”.
Carlos Alberto Bárbaro (Revisor, Preparador de Texto e Marvete Tarja Preta):
Quando Steve Ditko e Stan Lee criaram o Homem-Aranha em 1962, não o fizeram para atender algum difuso clamor exigindo mais espaço a adolescentes nerds pobretões nas histórias em quadrinhos da companhia.
Um ano antes, Jack Kirby e o mesmo Stan Lee também não haviam concebido o Quarteto Fantástico a partir do desejo incontível de dar visibilidade às agruras enfrentadas por uma família americana disfuncional.ultimatecomicsspiderman_1_milesvariant
O desejo ali sempre foi o de buscar fazer de modo inusitado o que a humanidade vem fazendo desde que o homem começou a desenhar nas paredes de uma caverna: contar as mesmas velhas histórias sobre de onde viemos, o que fazemos e para onde vamos de formas cada vez mais encantadoramente diversas, e sem a pretensão de demonstrar a seus leitores que seus heróis lhes fossem de algum modo superiores, já que que sempre distinguiu a Marvel foi justamente o fato de que seus protagonistas, por mundos e montanhas que pudessem mover, eram repletos de falhas, angústias e dúvidas em seu cotidiano. Eram, em uma palavra: humanos — demasiado humanos.
Foi dali que saíram o Pantera Negra, o Luke Cage, o Estrela Polar, a Jean Grey, a Misty Knight o Justiceiro (sim, o Justiceiro, esse homem cheio de certezas num mundo de deuses repletos de dúvidas) e tantos outros que, ao sabor da sorte, por vezes tiveram roteiristas, desenhistas e editores que souberam lhes fazer justiça e por vezes outros que nem tanto.
O  mundo, porém, mudou (e não duvide, os quadrinhos em geral, e os da Marvel em particular, tiveram grande participação nessas mudanças), e para melhor.ypn75lptse3i5voxvvxl
E com grandes mudanças vieram grandes necessidades. Uma delas sendo a cobrança, cada vez mais intensa por parte de certas franjas da sociedade, que a arte tenha que ser um instrumento de transformação social e reparadora de injustiças do passado.
Um desejo que a Marvel, na gestão Axel Alonso, achou perfeitamente normal, abraçando a causa com uma determinação de fazer inveja ao Caveira Vermelha e ao Doutor Destino.
Era o que pediam. Foi o que a Marvel ofereceu. Mas sem o talento de outrora, sem criar grandes sagas ou jornadas do herói, sem criar personagens imortais, porque falíveis, mas simplesmente oferecendo modelos representativos para atender a demanda de um público que, aparentemente, não era o seu.
A Marvel deixou de oferecer o bem mais precioso que qualquer criador pode ofertar a um leitor, que é nos dar aquilo que não sabíamos que queríamos.
E foi por esquecer a lição dos antigos que, nesta semana, teve que pisar com tudo no freio, premida pelas vendas cada vez mais declinantes, e anunciar uma reorientação geral.
Que volte o assombro, que voltem as maravilhas, que volte o prazer das boas histórias.
É o que basta, inclusive para continuar ajudando a melhorar o mundo.
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Fábio Ochôa (Redator e Marvete que lê de tudo):
Olha, eu pensei em fazer textão elencando o quão desastrosa foi essa gestão do Axel Alonso, dizendo também que não é de hoje que o mercado não se renova e deixou de cultivar leitores novos láááá atrás (e o resultado a gente vê hoje), o nível de fracasso deles em não conseguir atrair leitores com toda essa exposição massiva no cinema e TV. Pensei em dizer como os eternos juízes do mundo virtual, sentados no trono da sua superioridade moral e sempre prontos para chamar de misógino-racista-homofóbico a qualquer um que opte pelo simples direito de não comprar revistas que estão… ruins, mais atrapalham do que ajudam. Mas deixe estar. De textão o mundo já está cheio. O que eu quero mesmo dizer é: ontem eu li God Hates Astronauts, da Image. É demais. É inventivo e claramente feito com tesão, é empolgado, moleque, subverte as regras. É vivo. De uma maneira que essa editora all-new-all-diferentona desaprendeu a ser há mais de trinta anos. God Hates Astronauts. Leia! Agora! E relembre o que é ler um quadrinho feito com evidente gosto.
Ricardo Soneto (Escritor, Produtor Cultural e Marvete-vete-vete):Young_Avengers_Vol_1_10_Textless
Em 1974 (se não me falha a memória), o Capitão América descobriu que o líder do Império Secreto (cabal que quase dominou os Estados Unidos) era o líder supremo do país. Os americanos ainda se recuperavam do choque político do escândalo do Watergate. Steve Rogers vê o rosto do líder e cai em profunda depressão. A decepção com sua pátria foi traumática. (O rosto do “líder” não aparece. Mas qualquer leitor sabe que deve ser Richard Nixon. Para demonstrar seu protesto, Stevie larga seu uniforme e escudo “bandeirosos” e se transforma no Nomad. Herói sem pátria que monta numa moto e sai para lutar pelo seu país fragmentado.
Evidentemente foi um fracasso. Os editores correram para retornar ao herói que carregava seu escudo de “vibranium e adamantium” e vestia o azul, vermelho e branco da bandeira erguida em Iwo Jima. As vendas voltaram ao normal.
A lição aqui é óbvia. “Aqueles que se esquecem do passado estão condenados a repetí-lo”. O Super-herói não é um comentário em rede social, hoje, como não é um editorial do Washington Post, ontem.
Um Super-herói é alguém que pode ser descongelado 70 anos depois. Vê os dias de hoje. Mas carrega seu mito sem mudanças. O filme Capitão América: O Soldado Invernal explica isso. Não é o tempo que influência o herói. O herói não tem tempo. O Thor de hoje é o de milhares de anos atrás. Seu martelo tem mais força que um smartphone.
A Marvel está sofrendo uma queda nas vendas, após realizar mudanças fortalecendo a “diversidade” como um dos novos elementos de criação e mudança das suas personagens. A DC fez a mesma coisa. Mas de modo tosco. E o modo tosco tem sido uma característica dela. A Marvel decidiu copiar e fortalecer a “tosqueira”. A nau afunda. É razoável perguntar o que deu errado então.
Não faço a mínima ideia.
w7znrek0u9xi4ghdhsy8Não por apoiar ou rejeitar as histórias recentes. Mas porquê não as leio. Não reconheço meus heróis. E existem décadas de histórias para serem exploradas. E quero, enfim, aproveitar esse tempo para apreciá-las. Não li todo o Demolidor escrito pelo Mark Waid ou as novas séries escritas pelo Chris Claremont para os X-Men. Não tive tempo de pegar as revistas do Quarteto Fantástico do Weringo. Entender as sátiras do Pato Howard escritas pelo Steve Gerber. Encher um canecão de cerveja e enfrentar bruxos e exércitos mercenários nas infinitas Crônicas da Nemédia reportadas por Roy Thomas e John Buscema, na Espada Selvagem de Conan. E por aí vai. Posso adorar essas antigas histórias. Posso me decepcionar com elas. Mas estão ali. Me aguardando.
Montei uma caverna. Nela existe uma geladeira cheia de bebida e comida. Uma cama confortável. Uma poltrona e uma boa lâmpada para leitura. É bem erma. Secreta. Nenhum som alcança. Eu e esses gibis vamos nos esconder nela. Histórias chegarão até mim, como lendas narradas à beira da fogueira.
Mitos. Estamos falando de mitos. Mitos modernos que estão prontos para perdurar. Pedem boas histórias. Belos desenhos. Existem para desafiar os autores e nos encantar em torno da fogueira. Vou, portanto, me reportar à minha caverna que guarda toda uma mitologia escrita e desenhada para se descobrir.
E, quando a tempestade passar, sairei e voltarei a entrar numa banca de quadrinhos. E meus heróis eternos estarão esperando por mim.

Excelsior!
Maurício Muniz (Jornalista, editor e DCnauta que também ama a Marvel):
Sim, é uma falácia o executivo de vendas da Marvel colocar a culpa nas baixas (baixíssimas até) vendas recentes da editora apenas em “ninguém mais quer diversidade e nem personagens mulheres”.
A verdade é outra. Ou melhor, são várias outras.
O que ninguém quer são histórias que forçam a barra com lições de moral politicamente corretas que a editora vem empurrando aos leitores constantemente nos últimos anos. Nada contra uma mensagem… a não ser quando ela começa a se tornar mais importante que a própria trama do gibi.
3063197b3af0ecf411e50402b753fdddO que ninguém quer ver mais, talvez, são personagens conhecidos há décadas serem substituídos por outros às pressas, só pra agradar uma parcela do público que, na verdade, não parece muito interessada em comprar as revistas pra começo de conversa – afinal, se comprassem, as vendas não estariam indo mal, certo?
E o problema não são os novos heróis serem de minorias ou mulheres. O que os revendedores de quadrinhos disseram (e que levou à declaração desastrada da Marvel) é “os leitores estão mais interessados nos heróis que já conhecem”.  O fã de quadrinhos convencional, o que gasta dinheiro e muito com as revistas, gosta de ver nas páginas os personagens por quem se interessou e estão aí há tempos. E esse público reclama até quando modificam o uniforme do seu herói favorito, que dirá quando trocam um personagem amado por outro? O problema não é os personagens novos serem de minorias ou serem mulheres. O problema, simplesmente, é eles serem “novos”.
E olha que o público até aceitaria essas substituições de personagens se as histórias fossem realmente interessantes e bem escritas! Qualquer um que anda acompanhando as histórias, sabe que as revistas da Marvel parecem mais preocupadas com temas panfletários que em contar uma boa trama de aventura, principalmente nos últimos dois anos.
Veja: se o público de quadrinhos não gostasse de minorias ou de mulheres, como o executivo da Marvel e muitos outros querem insinuar, o gibi da Arlequina não venderia tanto. Spawm (um herói negro, lembram?) não venderia aqueles 2 milhões de exemplares nos atrasados e paleolíticos anos 1990. Não teríamos um série de televisão do Raio Negro (o da DC, não o da Marvel) prestes a estrear.
3-1A revista da Batwoman, com um heroína lésbica, está aí, vendendo bem. Apollo e Meia-Noite, o casal gay de The Authority, eram os personagens mais populares do título. O Meia-Noite até ganhou duas séries próprias que foram sucesso de público e crítica. Elektra, que tem revista própria, ainda é uma das personagens mais amadas dos quadrinhos. A Mulher-Maravilha está aí há décadas e está entre as revistas mais vendidas da DC hoje, Supergirl e Batgirl também e têm gibis atuais que vendem muito mais que vários heróis masculinos (da Marvel e da DC). Quase todo mundo gosta do Miles Morales, o novo Homem-Aranha. Até o gibi do Pantera Negra, o primeiro herói negro da Marvel e sempre de terceiro escalão até recentemente, foi um dos maiores bestsellers da Marvel no ano passado… São tantos exemplos, que poderíamos passar um dia listando. Onde está a lógica, então, em dizer que o público “não quer mais diversidade e nem mulheres”?
Mesmo na internet brasileira você vai encontrar comentários sobre como “sim, há preconceito com personagens femininas nos quadrinhos”. Uma afirmação, a meu ver, bem discutível quando a Mônica, uma menina baixinha, gorducha e dentuça, é a heroína da linha de gibis mais popular do país.001
(Sei muito bem que leitores de quadrinhos também podem ser preconceituosos com relação a histórias sobre homossexualidade e outros assuntos. Escrevi sobre isto neste texto AQUI há uns anos. Mas saiba que esse perfil de leitor preconceituoso é a exceção, não a regra do mercado.)
Se as editoras criarem novos personagens femininos ou saídos das minorias, os leitores vão abraçá-los… se tiverem histórias legais. Como quase sempre fizeram. Sim, não é fácil fazer novos personagens emplacarem, mas também não é impossível. A Ms. Marvel paquistanesa não deu certo por ser uma heroína simpática e trazer umas historinhas bacanas? Não está vendendo bem há tempos? Embora, a bem da verdade, as vendas da revista começaram a cair quando passaram a enfiar política no meio. Seria a prova que panfletagem política constante nas revistas afasta os leitores?
A Marvel tem alguns dos personagens mais amados e interessantes da cultura pop. Personagens legais, carismáticos e divertidos. Eles vêm fazendo sucesso no cinema em suas versões originais. É uma decisão estranha que, neste momento em que os heróis têm tal visibilidade nas telas, os quadrinhos queiram diminuir a importância ou jogar pra escanteio exatamente essas versões que muitos vieram a conhecer graças às produções de cinema.
002E os leitores querem histórias boas com os heróis tradicionais também! Não vai adiantar a Marvel trazê-los de volta e continuar com histórias pouco atraentes. Sim, sabemos que após cinquenta anos não é fácil trazer algo de realmente novo a esses personagens e as boas tramas, talvez, já tenham sido usadas em sua maioria. Por isso, a editora pode e deve trazer sangue novo, criadores diferentes para narrar o futuro de seus heróis. Mas lembrando a eles que devem servir ao personagem, não a uma agenda política.
Claro, os quadrinhos de heróis podem tratar de política, não há problema nisso. O que eles não deveriam ser é constantemente sobre política do mundo real. Isso cansa o público. Questões sociais são legais de serem tratadas… mas com parcimônia, não o tempo todo. Você conhece alguém que realmente compra um gibi de super-heróis porque a revista discute importantes questões sócio-políticas? Não. Mais provável que comprem os gibis pra se divertir e ver um herói socando vilões e superando seus problemas pessoais.
Ainda nessa linha de raciocínio: tem vários motivos pras vendas da Marvel terem caído cerca de 50%… Tem o preço caro, o excesso de eventos e tudo mais que muita gente vem falando. Mas um motivo importante não seria porque cerca de 50% da população americana votou em Donald Trump e muitas, muitas revistas da editora criticam constantemente o presidente? Não seria estranho que eleitores de Trump parassem de comprar gibis da Marvel, então. Até eu, que acho Trump um boçal, não quero ler críticas a ele em todo gibi que eu comprar.004
Parece que a intenção de “lacrar” se sobrepõe às boas decisões comerciais. Sei que nesta época em que o politicamente correto e a vontade de parecer progressista (porque dá mídia) guiam os passos de empresas do mundo todo, é difícil entender e aceitar algumas ideias simples, então vale repetir (e repetir e repetir) pra ver se o conceito ultrapassa o escudo da ideologia e alcança os editores não só da Marvel, como da DC:
O público compra quadrinhos de super-heróis pra ler histórias divertidas e que entretenham, histórias que nos afastem da realidade em vez de ficar martelando sobre ela a cada página de maneira chata e pedante. Gibis de super-heróis são sobre o mundo da fantasia – há quadrinhos muito melhores por aí para discutir política e questões sociais, se é o que você quer. Vá procurar gibis independentes, gibis da Image, da Fantagraphics. Ou leia livros sobre o assunto! Quem acha que gibis com caras fantasiados deveriam tratar dos problemas da sociedade – ainda mais em toda bendita edição – talvez estejam procurando o sentido da vida no lugar errado. Representatividade e diversidade são importantes, mas não quando usadas apenas como chamariz de venda.
Porque as vendas caíram? Talvez porque panfletos ideológicos qualquer um poder pegar de graça na rua, mas ninguém quer pagar cinco dólares por eles.
Continua no próximo número…
Concorda? Discorda? Comente abaixo!
Fonte: https://opastelnerd.wordpress.com/2017/04/06/marvel-lacrar-ou-morrer/


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