sexta-feira, 28 de abril de 2017

O Renascimento da DC é o melhor dos super-heróis no momento


Somos formados de memórias. Elas tornam quem somos, constroem nossas personalidades e definem nossas escolhas futuras. E a memória mais antiga que eu tenho em relação aos super-heróis é de 2002, quando assisti ao primeiro filme do Homem-Aranha. Fiquei vidrado, o Amigão da Vizinhança se tornou (e ainda é) o meu favorito. De lá para cá, esses personagens mascarados e com poderes sobre-humanos não me abandonaram — pelo contrário, só se tornaram mais importantes.
Mas nós vamos crescendo e vamos mudando de acordo com os encontros que temos na vida — a inocência de um gato preso na árvore vai embora no momento em que um maníaco vestido de palhaço tenta assassinar a filha do comissário de polícia. E então passamos a procurar coisas que condizem mais com o momento que estamos vivendo — é nessa que conhecemos Watchmen, O Cavaleiro das Trevas e A Piada Mortal: não existe mais espaço para o mundo colorido de outrora.
O Renascimento da DC chegou essa semana ao Brasil trazendo uma nova era aos heróis da editora. A excelente iniciativa traz de volta aquilo que fez com que muitas pessoas se encantassem com Batman, Superman, Mulher-Maravilha e outros. A seriedade exacerbada fica um pouco de lado, o otimismo volta a ocupar um lugar significativo nas histórias. O cinismo, tão presente nos dias de hoje (até mesmo nos filmes da DC), é esquecido: a vontade de fazer a coisa certa se torna maior do que o desejo justificado de gritarmos que o mundo e a vida são causas perdidas.
Além do especial introdutório da nova fase, a Panini já lançou os primeiros volumes de Batman, Mulher-Maravilha e Superman: Action Comics. Nos próximos dias, chegam às bancas Liga da Justiça, Detective Comics, Lanternas Verdes, Novos Titãs, Esquadrão Suicida e Arlequina. Os títulos que não forem publicados mensalmente por aqui serão lançados em volumes encadernados, algo que vem agradando o público nos últimos anos.
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Ponto de partida

Para aqueles que nunca leram nada da DC mas que estão ávidos para começar, o Renascimento é um ótimo ponto de partida. Embora a cronologia não tenha sido exatamente “rebootada”, boa parte dos Novos 52 foi esquecido, permitindo que qualquer um leia as revistas com um conhecimento mínimo acerca dos personagens. Quer ler o Batman? Você só precisa saber que ele é um bilionário cujos pais foram assassinados, o que despertou nele um sentimento de justiça. Ou você prefere o Superman? Bem, ele é um alienígena do planeta Krypton que possui habilidades extraordinárias. Só isso. O resto é contextualizado na própria HQ.
Muitos podem torcer o nariz para essa nova fase da DC — alguns dirão que ficou “colorida demais“, outros vão apontar que a editora está tentando ser “politicamente correta” com a discussão de certos temas e a inclusão de personagens que ecoam vozes diferentes daquelas que estamos acostumados a ouvir. Mas, no fim das contas, o Renascimento é uma celebração de tudo que torna os super-heróis personagens tão queridos. Por mais que pareçam ilusórios, o otimismo, a esperança, a empatia, a inclusão, o idealismo e o heroísmo são o que transformam a iniciativa no melhor dos quadrinhos do gênero no momento — e que também nos tornam pessoas melhores.
Os primeiros títulos do Renascimento já chegaram nas bancas, livrarias e lojas especializadas. O especial introdutório está sendo vendido por R$ 13,90  e as revistas mensais ao preço de R$ 7,50.

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