quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Vergonha na educação publica no RS!!! culpa de quem? adivinha....


Onde eles vão estudar?

Em agosto, termina o prazo para que os alunos da Escola Estadual Nehyta Martins Ramos utilizem o CTG Lanceiros da Zona Sul. Secretaria ainda não tem novo local

Onde eles vão estudar? Andréa Graiz/Agencia RBS
Alunos se espalham pelo CTGFoto: Andréa Graiz / Agencia RBS
"É muito ruim, a gente não consegue se concentrar direito. Sinto falta dos trabalhinhos que a gente pendurava na parede, do quadro."
O desabafo de Aline Rolim Munhoz, 11 anos, aluna do quarto ano, é acompanhado de uma expressão de tristeza. Ela é uma dos 180 alunos que utilizam uma sala de aula improvisada no CTG Lanceiros da Zona Sul, desde que a Escola Estadual de Ensino Fundamental Nehyta Martins Ramos, no Bairro Belém Novo, foi interditada por problemas na rede elétrica.
Outros 101 estudantes, da Educação para Jovens e Adultos, estão em salas emprestadas em uma escola próxima desde que as atividades no prédio foram suspensas em 15 de maio. No final daquele mês, os alunos passaram a estudar no CTG.
Prédio não é da Seduc
Quando o Diário Gaúcho publicou a primeira matéria sobre o caso, em 20 de junho, o diretor administrativo substituto da Secretaria Estadual da Educação (Seduc), Roberto Adornes, disse que as obras teriam início na semana seguinte.
Na época, ele ainda não sabia de um dado fundamental: o prédio interditado que a escola ocupava pertence à Fundação de Proteção Especial, vinculada à Secretaria Estadual do Trabalho e do Desenvolvimento Social. A área foi cedida à Secretaria de Educação verbalmente, sem registro formal.
Uma estrutura emergencial
Portanto, a Seduc não pode interferir em um espaço que não é seu, sobre o qual não tem direitos. E vai mudar os planos.
- Em vez de gastar R$ 400 mil para a reforma, gastamos entre R$ 500 mil e R$ 600 mil e construímos uma escola nova - afirma.
A escola nova, na verdade, é um prédio emergencial, que deve levar três meses para ficar pronto. Ainda não há prazo para início dos trabalhos. Por isso, a gurizada vai voltar das férias (que começam no dia 20), sem ter um local fixo de estudos para concluir o ano.
Gripe é a maior preocupação
Se o preparo da merenda, que antes era um problema pela falta de gás, foi resolvido com a utilização de um fogão campeiro, a comunidade escolar agora tem outra preocupação: a disseminação de gripe e outras doenças típicas do inverno entre os alunos.
Como todos estudam muito próximos, quem apresenta algum sintoma já fica em casa, até porque o ambiente frio e úmido do CTG só piora a situação. O que não tem mesmo solução é a falta de sossego para estudar.
- Tem muito barulho, alguns chegam em casa com dor de cabeça - conta a aluna do quinto ano Gisele Amanda Silva da Silva, 11 anos.
Saída será em setembro
Os alunos não sabem o que vai acontecer, já que o CTG cedeu o espaço apenas até agosto.
- A gente não sabe mais o que fazer, estamos perdidos. É uma situação horrível - desabafa a vice-diretora da noite, Mara Buratto.
A patroa do CTG, Yeda Mari Belotto, afirma que o centro abriu espaço para que os alunos não perdessem o ano, mas que o prazo, a princípio, é de 90 dias.
- No dia 1º de setembro, nós mudamos todo o CTG para o Harmonia (parque). Os bancos e mesas vão para lá, eles não vão ter onde sentar, nem onde escrever - explica.
Eles não ficarão sem aula
O diretor administrativo substituto da Seduc, Roberto Adornes, afirma que, hoje, uma equipe da Seduc fará uma visita ao prédio da escola e ao CTG. Porém, a secretaria ainda não tem definição de um novo local que possa ser ocupado pelos alunos no retorno das férias.
- Mas eles não ficarão sem aula, nem que a gente tenha que fazer um transporte escolar - assegura.
Para construir a escola emergencial, o secretário da Educação deve encontrar o titular da pasta do Trabalho e do Desenvolvimento Social, ainda nesta semana, e negociar a cedência de uma área junto ao antigo prédio da instituição.
No local, deverá ser instalado o colégio provisório, com salas de aula, cozinha, refeitório e espaços administrativos.
Entenda o caso
A escola ocupava um prédio que pertence à Fundação de Proteção Especial, vinculada à Secretaria Estadual do Trabalho e do Desenvolvimento Social. O local havia sido cedido ao colégio, em data que não é conhecida, de maneira informal (sem um documento que fizesse esse registro).
Em 15 de maio, por problemas na rede elétrica, o prédio que abrigava a Escola Estadual de Ensino Fundamental Nehyta Martins Ramos foi interditado.
Desde o dia 28 de maio, 180 alunos passaram a ter aulas no CTG Lanceiros da Zona Sul. As turmas dos dois turnos foram reunidas pela manhã.
A Seduc informou que faria uma obra emergencial, com início previsto para a semana seguinte à reportagem, e duração de 30 dias.
Nada foi feito. Então, a Seduc tomou conhecimento de que a escola ocupa um espaço cedido, em que não pode interferir. Agora, pretende construir uma escola emergencial, que deve levar três meses para ficar pronta.
Ainda não há prazo para início da obra e não se sabe onde os alunos vão estudar quando o CTG não estiver mais disponível.
DIÁRIO GAÚCHO

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