terça-feira, 14 de agosto de 2012

Nico Fagundes: Heróis da tradição 2

ANTONIO AUGUSTO FAGUNDES 

Nico Fagundes (2002)

(..) "E na hora derradeira que eu mereça,
Ver o sol alegretense entardecer,
Como os potros vou virar minha cabeça,
Para os pagos no momento de morrer.

E nos olhos vou levar o encantamento,
desta terra que eu amei com devoção.
Cada verso que eu componho é o pagamento,
De uma dívida de amor e gratidão".
Versos do "Canto Alegretense" - letra de Antonio Augusto Fagundes e música de Euclides Fagundes.






Antonio Augusto ("Nico") Fagundes nasceu em 4 de novembro de 1934, no Inhanduí, interior do município do Alegrete-RS, - local de tradicionais famílias campeiras da fronteira - filho de Euclides Fagundes e Florentina (Mocita) da Silva Fagundes.
Foi escoteiro e fundador, sub-chefe e chefe da Tropa "Anhangüera". Na época de estudante destacou-se como poeta e declamador.
Iniciou a carreira jornalística em 1950, aos 16 anos, no jornal Gazeta de Alegrete, o mais antigo do Rio Grande do Sul, nas funções de cronista e repórter. No mesmo período começou a atuar na Rádio ZYE9 - Rádio Alegrete, apresentando programas humorísticos e gauchescos.
Foi secretário dos Cadernos do Extremo Sul, publicações que sob a direção de Helio Ricciardi, lançou diversos poetas da cidade de Alegrete.
Em 1954, mudou-se para Porto Alegre e é como poeta que é apresentado ao 35 CTG - Centro de Tradições Gaúchas, por intermédio do poeta Lauro Rodrigues. E nunca deixou de fazer verso. Tornou-se amigo e companheiro de Waldomiro Souza, Horácio Paz, João Palma da Silva, Amandio Bicca, Niterói Ribeiro, Luiz Menezes, José Hilário Retamozo, Hugo Ramirez, João da Cunha Vargas, ou seja, a fina flor da poesia gauchesca da época, que freqüentava o rodeio do 35 CTG, às quartas de noite e aos sábados de tarde, na Av.Borges de Medeiros, no quinto andar da FARSUL.
Conhece, então, e torna-se amigo de Jayme Caetano Braun, cujo ingresso no 35 CTG vai amadrinhar.
No mesmo ano, tornou-se redator do Jornal A Hora, no qual atuou durante muitos anos com a página Regionalismo e Tradição.
O encontro de Antonio Augusto Fagundes, por esta época, com Glaucus Saraiva foi histórico: vinham de uma briga pelos jornais, mas quando se encontraram, foi amor à primeira vista, uma amizade tão forte que nem a morte de Glaucus conseguiu interromper.
Pelas páginas do jornal A Hora, lançou Jayme Caetano Braun e dois moços que estavam aparecendo com muita força: Aparício Silva Rillo e José Hilário Retamozo. O prestígio que emprestava à obra de outros poetas não fez com que descurasse de sua própria poesia.
Ganhou prêmios e concursos em Vacaria, Alegrete e em Porto Alegre.
Em 1955, passou a fazer parte do Instituto de Tradições e Folclore da Divisão de Cultura do Estado. Durante oito anos fez formação em folclorismo, especializando-se em Cultura Afro-gaúcha. Tornou-se professor de danças folclóricas e literatura gauchesca no Instituto de Tradições e Folclore. Viajou para a Europa como sapateador do Grupo Gaudérios, morando em Paris por quatro meses.
Iniciou pesquisas de indumentária gaúcha, tornando-se a maior autoridade sobre o assunto no Rio Grande do Sul.
Foi contratado pela TV Piratini para atuar como ator.
Foi um dos fundadores do Conjunto de Folclore Internacional, batizado de Os Gaúchos, e do qual foi diretor durante 15 anos.
Fundou, no Instituto de Tradições e Folclore, a Escola Gaúcha de Folclore, de nível superior, que funcionou durante seis anos. Atuou como titular nas cadeiras de danças folclóricas e indumentária gaúcha. Foi diretor da escola durante seis anos.
No início da década de 1960, conquistou o primeiro lugar em concurso literário promovido pelo Instituto Estadual do Livro, com a obra Destino de Tal. Pouco depois passou a trabalhar na TV Tupi.
Em 1960, ingressou na Faculdade de Direito de Porto Alegre. No mesmo ano, casou-se com Marlene Nahas.
Formado em Direito, pós-graduado em História do Rio Grande do Sul e Mestre em Antropologia Social, todos os seus cursos foram realizados na Universidade Federal do RGS (UFRGS).
Por todas essas suas qualificações, Antonio Augusto Fagundes é respeitado como autoridade em Folclore gaúcho, História do Rio Grande do Sul, Antropologia, Religiões afro-gaúchas, Indumentária gauchesca, Cozinha gauchesca e danças folclóricas.
Além disso, sempre deu a devida importância à dupla ligação da cultura gaúcha, com o outro Brasil e com os países do Prata. Tornou-se, assim, com o tempo e apoiado em uma biblioteca preciosa, um estudioso sério, respeitado e aclamado no Rio Grande do Sul, no Uruguai e na Argentina, conferencista bilíngüe e autor de inúmeras obras de consulta obrigatória.
Entretanto, a face menos conhecida deste intelectual brilhante, é também sua face mais antiga, a de poeta.
Ganhou prêmios e distinções importantes, como a Medalha do Pacificador, do Exército Brasileiro, a Comenda Osvaldo Vergara, da Ordem dos Advogados do Brasil, da qual é também advogado jubilado, e a Comenda do Mérito Oswaldo Aranha, da Prefeitura de Alegrete (esta última, em 24-10-08).
Premiado incontáveis vezes como poeta, novelista, compositor, autor e ator de teatro, TV e cinema.
Escreveu o roteiro do filme "Para Pedro". Atuou como ator, assistente de direção e consultor de costumes do filme "Ana Terra".
Escreveu o roteiro, dirigiu e trabalhou como ator no filme "Negrinho do Pastoreio", com Grande Otelo.
Atuou ainda como ator no filme "O Grande Rodeio", o qual também produziu e dirigiu.
Em 1976, ingressou na Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore.
Desde 1982 apresenta pela RBS TV (afiliada da TV Globo) o programa Galpão Crioulo, o que já lha rendeu três prêmios internacionais: em Buenos Aires, em Nova York e na Cidade do México.
Em 1984, passou a apresentar o mesmo programa na Rádio Gaúcha.
No mesmo ano voltou a atuar no jornalismo, escrevendo no jornal Zero Hora - uma coluna semanal que mantém até hoje.
Em 1998, comandou em Paris, a apresentação do Grupo "Os Gaúchos".
No mesmo ano escreveu a peça teatral A Proclamação da República Rio-grandense".
Ao longo de sua carreira recebeu diversos prêmios, entre os quais, Prêmio Copa Festivales de España, Medalha de Bronze da Televisão Mundial pelo programa "Galpão Crioulo" e o Troféu Guri da Rádio Gaúcha. Recebeu inúmeros prêmios em poesia, canções gauchescas, declamações, danças folclóricas e teses. É autor de mais de 100 músicas, entre as quais, "O canto Alegretense".
"O Canto Alegretense", música em que os versos são de sua autoria, é mais cantado que o próprio Hino de Alegrete.Nico Fagundes (2002)
Publicou seu primeiro livro de versos "Com a Lua na Garupa" e depois o segundo"Ainda com a Lua na Garupa".
O terceiro tem o nome de "Canto Alegretense", nome tirado da canção famosa cujos versos escreveu. Aliás, neste livro aparecem muitas letras das suas canções mais famosas dentre as 370 gravadas e regravadas por vários intérpretes e parceiros.
Da fina flor da poesia gauchesca, da época de ouro, de poesia crioula só Antonio Augusto Fagundes continua em atividade, mantendo acesa a chama.
O velho poeta de hoje, de sempre, continua o mesmo guri que ficava horas com um caniço nas mãos, esquecido dos peixes, apenas bebendo a imensa poesia das mansas águas do Rio Ibirapuitã. 
Livros publicados:
É autor de quase vinte livros, a maioria com várias reedições. Para saber sobre suas obras, clicar em:
http://www.orkut.com.br/Main#Album.aspx?uid=12517951524760143599&aid=1225035785&p=0
http://www.orkut.com.br/Main#Album.aspx?uid=12517951524760143599&aid=1225035785&p=1
Fontes:
- Wikipédia - a enciclopédia livre (http://pt.wikipedia.org).
http://www.dicionariompb.com.br - 23/04/2007 - 20:21:35




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