segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Fantástico acompanha doações de Zeca Pagodinho aos abrigos de Xerém


 

Um dos maiores sambistas do Brasil dá um show de solidariedade. Zeca Pagodinho abriu até o sítio para vizinhos que perderam tudo durante as chuvas no Rio. 


Não sou fã dele, até nem gosto de samba, 

mas esse é o tipo de atitude que mostra o 

 quanto o ser humano é maior que o mito. 

Espero que outras pessoas que só pensam no 

próprio umbigo aprendam com esse exemplo. 

Parabéns Zeca!  GN 
Durante a tragédia da chuva esta semana no Rio de Janeiro, quando três pessoas morreram e mais de três mil tiveram que deixar suas casas, um personagem chamou a atenção: o grande sambista Zeca Pagodinho, que tem um sítio em Xerém, a área mais afetada na Baixada Fluminense, deu um grande exemplo de solidariedade. E o Fantástico acompanhou.
Manhã de quinta-feira. As equipes de reportagem se espalham por Xerém, distrito de Duque de Caxias, no estado do Rio. Na madrugada anterior, o lugar tinha sido devastado pela chuva.
Dois homens morreram em Xerém, onde mais de 1.200 pessoas tiveram que deixar suas casas.
De repente, entre os voluntários que foram às ruas para ajudar os vizinhos, aparece o cantor Zeca Pagodinho. Ele e a filha Elisa tinham acabado de passar pela parte mais atingida pela chuva.
“Tem casa que desceu rio abaixo. Lá que tem que ajudar. Tem que ajudar em todos os lugares, mas lá, lá... A gente tá aí, desde 6h da manhã batalhando”, contou Zeca no dia da tragédia.
A notícia correu rápido. E o Fantástico partiu pra casa dele.
O sítio que Zeca Pagodinho tem há 20 anos em Xerém é famoso no mundo do samba. Está sempre aberto pros amigos, basta ser bamba. Depois da tempestade, a porta se manteve aberta para quem precisasse. 
“Quando foi mais ou menos 4h da manhã ela (a Elisa) ligou pra gente. Disse pra vir pra cá. Ela acolheu a gente no maior carinho”, conta Leonardo de Oliveira, pedreiro.
A casa de Leonardo, Raylua e os filhos foi interditada. Elisa, a filha do Zeca, é madrinha do menino Wallace.
“Eu cheguei lá em prantos. Não tinha como ficar calma. aqui no Rio era uma geladeira atrás da outra descendo”, conta Raylua Cardoso, dona de casa. 
No sítio, receberam carinho e comida.
“Pois é, que eu vou viajar. E mandei distribuir tudo, mas esqueci que tinha criança aqui. Mas deu pra todo mundo”, conta Zeca Pagodinho mexendo na sopa que havia sido preparada.
Um carro cheio de colchonetes estacionou na entrada, era uma encomenda do Zeca. Os colchões eram para um abrigo.
“Eu ainda tava falando, ela tava falando, tem que arrumar colchão pra esse povo. Eu falei como que vai arrumar? Aí chega você”, diz dona Zaça.
Dona Zaça mora há 48 anos em Xerém. É mais uma voluntária. “A tia Marta tá aqui separando. Tem as meninas aqui que tão tudo trabalhando conosco, ajudando. Tudo voluntário. É feito com amor, com muito amor e carinho. Eu gosto muito de cozinhar”, conta Maria da Graça, a dona Zaça, cozinheira.
Zeca Pagodinho também foi um dos doadores que encheram a despensa do abrigo.
“Ele é gente boa. Ele é do povão. Eu não gosto muito de pedir nada ao Zeca que eu sinto envergonhada. Mas hoje eu cheguei perto dele, amarrei a cara e falei 'Zeca, vem cá que eu tô precisando de você'. Ele disse 'que vc tá querendo, Zaça?' 'alimento pra fazer almoço pro povo'. Rapidamente apareceu. Arroz, feijão, frango com batata”, conta dona Zaça.
Depois, Zeca Pagodinho levou a equipe do Fantástico para ver o que ele tinha visto antes de ser descoberto entre os voluntários.
“Tá brabo ali”, diz Zeca. 
Zeca vai embora do lugar e agora, de volta ao sítio.
“Perdi Nada. Perdi um bezerrinho, dois cabrito, três coelhos, sei lá o quê. Em vista do que eu vi, nada, perdi nada”, comenta Zeca Pagodinho.
“Eu conheço tanta gente aqui, eu falo com todo mundo. Aqui a minha casa está sempre assim, cheia de amigo”, conta Zeca.
Com viagem marcada, Zeca está hoje nos Estados Unidos.
“Ele está indo viajar com o coraçãozinho partido”, diz Cristiane Medeiros, vizinha do Zeca. Mas deixou o filho Eduardo tomando conta dos amigos de Xerém.
“Está chegando mais tarde um caminhão de água, tá chegando”, conta Eduardo, num abrigo.
“Agora, fim de ano, a pessoa arruma a casa, compra móvel novo, e aí? Mas não perdendo a vida ainda é melhor, né? Que aí a gente começa tudo de novo”, diz Zeca Pagodinho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário